Brasil responde à violação de direitos humanos construindo cadeias
A Comissão
Interamericana de Direitos Humanos da OEA debateu o caso de
penitenciárias brasileiras
As violações de
direitos humanos cometidas contra presos nas penitenciárias
brasileiras foram tema de reuniões da Organização dos Estados
Americanos (OEA). Entre os casos, a Comissão Interamericana de
Direitos Humanos avaliou o presídio Urso Branco (RO), dentro do “Pacto
para Melhoria do Sistema Prisional do Estado de Rondônia”, firmado em
2011. O encontro ocorreu em Washington, nos Estados Unidos, no último
sábado (3).
A penitenciária
Urso Branco foi onde ocorreu o segundo maior massacre de presos do
país, superado apenas pelo Carandiru, com a morte de 27 pessoas em
2002. Ela também é marcada por outros casos de execução e tortura.
Entre 1998 e 2007 foram ao menos 98 mortes.
O advogado da ONG
Justiça Global, Eduardo Backer, explica que o pacto entre os governos
federal e de Rondônia é divido em diversos eixos, mas a construção de
presídios é priorizada.
“Ele tem, por
exemplo, um eixo em relação à construção e reforma de unidades
prisionais, que esse é um eixo que encaminhou mais ou menos dentro do
cronograma. Tem um outro eixo em relação à apuração e
responsabilização pelas torturas e homicídios, que caminha com mais
dificuldade.”
Backer ainda
destaca que o eixo de combate à violência também teve dificuldades em
avançar. Para ele, os fatores que geram o superencarceramento no país
são uma questão não resolvida.
“A gente
identifica que o governo brasileiro em regra, não só o caso do estado
de Rondônia, tem uma maior facilidade em implementar a parte de
construção e reforma de presídios. Enquanto que tentar mudar a
mentalidade que proporciona esse superencarceramento, esse é um
desafio mais complicado que o governo não parece atacar com a devida
dedicação.”
Fonte: Brasil de
Fato, Daniele Silveira, 6/11/12.