Atitude de Mercadante demonstra a força da greve
A greve dos
docentes ganha força a cada dia e já são 44 instituições federais de
ensino paradas, que são base de 48 seções sindicais filiadas ao
ANDES-SN. Uma demonstração da força da mobilização está no apelo feito
pelo ministro da Educação, Aloizio Mercante, na tarde desta
quarta-feira (23), para que os professores voltassem para sala de
aula.
“A coletiva do
ministro mostra que ele reconhece a força da nossa greve”, argumentou
a presidente do ANDES-SN, Marina Barbosa. Na entrevista que deu à
imprensa, que foi ao ar ao vivo pelo canal NBR, Mercadante afirmou que
os professores foram precipitados, já que termina em agosto o prazo
legal para previsões no orçamento de 2013. Em resposta ao ministro,
Marina Barbosa lembrou que o processo de negociação perdura desde
agosto de 2010 e que a proposta apresentada pelo governo em dezembro
daquele ano é a mesma do dia 15 de maio passado, quando houve a última
reunião do GT carreira, criado para negociar o plano de carreira.
“O governo, na
verdade, finge que negocia. Descumpriu acordo assinado com as
entidades que previa o trabalho conclusivo sobre a reestruturação da
carreira em 31 de março. Escuta os nossos argumentos, diz que eles
enriquecem o debate, mas, ao final, mantém a mesma posição,
contrariando, às vezes todas as outras partes representadas no grupo
de trabalho”, contra-argumentou Marina.
“Ao contrário do
que disse o ministro, o movimento dos professores não foi precipitado,
estamos presentes em todos os espaços de negociação desde 2010,
apresentando propostas e cobrando respostas do governo. E, até mesmo
as correções ajustadas no ano passado para vigorar em março deste ano
só se tornaram realidade, com a MP 568/12, depois que a categoria
deliberou, no dia 15 de maio, que entraria em greve no dia 17.”,
contestou a presidente do ANDES-SN. “A categoria está indignada, tanto
que a greve explodiu em todo o país”, afirmou.
Negociações
Para Marina, a
fala de Mercadante, ao invés de fazer os professores voltarem para
sala de aula, vai aumentar a indignação de quem ainda não parou. “A
nossa greve é justa, legítima e está sendo construída pela base.
Entendemos a posição do ministro, mas quem decidirá sobre os rumos da
greve será a categoria e ela está insatisfeita não só com as
protelações constantes em relação à aprovação do plano de cargos e
salários, como com a falta de infraestrutura nas nossas universidades
federais”, adiantou.
A presidente do
Sindicato Nacional disse, ainda, esperar que o governo, na reunião do
GT carreira da próxima segunda-feira (28), receba o ANDES-SN com
disposição efetiva de negociar. “Mesmo em greve, fomos recebidos por
todos os governos, dos militares a Fernando Henrique Cardoso,
esperamos da presidente Dilma a mesma atitude democrática”,
argumentou.
Fonte: ANDES-SN,
23/5/12.