Assembleia delibera: é hora de pressionar o governo por negociações
efetivas com a categoria em greve
Os professores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em
greve desde o dia 17 de maio, estiveram mais uma vez reunidos em
Assembleia Permanente, no dia 27 de junho, para deliberar sobre os
seguintes pontos de pauta: 1) Informes; 2) Avaliação da greve; 3)
Comando Unificado de Greve; 4) Pauta Local. A mesa da assembleia foi
composta pelos professores Victor Cruz Rodrigues, que presidiu os
trabalhos, Maria Teresa Carneiro da Cunha, João Telhado Pereira e
Heitor Fernandes Mothé Filho.
Inicialmente, o professor Victor Rodrigues passou a palavra para o
representante dos povos Terena, Mário Ney, que agradeceu o auxílio da
ADUR-RJ para a participação dos índios na Rio+20.
Em seguida, o Professor Alexandre Pinto Mendes, que esteve no Comando
Nacional de Greve - CNG representando os docentes desta Universidade,
prestou alguns informes. Segundo ele, foi entregue ao CNG/ANDES-SN uma
carta da ADUR-RJ, aprovada em assembleia, criticando a participação do
Proifes na mesa de negociação com o governo, que, até o momento, não
apresentou uma proposta concreta aos professores em greve. O mesmo
docente, bem como os professores Joecildo Francisco da Rocha e João
Telhado Pereira, que estiveram representando a ADUR-RJ no 57º Conad
(Piauí), prestaram informes sobre o evento.
Avaliação da greve
Os presentes avaliaram que a greve segue forte, com adesão de novas
instituições no cenário nacional. Muitos professores criticaram a
postura do governo federal que, até o momento, não apresentou uma
proposta concreta às reivindicações da categoria, que lutam por
melhores condições de trabalho, pela recomposição salarial e por um
novo plano de carreira. Cerca de 56 instituições de ensino superior
estão em greve e o governo não se pronuncia de forma efetiva, tendo
desmarcado, inclusive, uma reunião acordada para o último dia 19 de
junho, com os dirigentes do Sindicato Nacional.
Existem rumores de que o governo pode tomar a Carreira de Ciência e
Tecnologia (C&T) como parâmetro para a reestruturação da carreira dos
professores federais. O fato de os profissionais da área de C&T terem
uma remuneração maior do que a dos docentes pode animar parte da
categoria, mas, de acordo com os sindicalistas, é preciso considerar
as sérias distorções que existem entre uma e outra carreira. Primeiro
porque não há uma única carreira de C&T. Além disso, para os
profissionais da área, não há obrigatoriedade do regime de dedicação
exclusiva (DE) e os aposentados têm sérias perdas salariais, porque
não há qualquer preocupação em defender a paridade. A composição da
carreira de C&T não leva em conta ensino, pesquisa e extensão. Há que
se considerar ainda que, os profissionais da área também reivindicam a
correção de sua tabela salarial, com a incorporação das gratificações,
e reparações em seu plano de carreira.
Após a discussão, foram aprovados os seguintes encaminhamentos:
1) Produção de um texto para o Comando Nacional de Greve,
indicando que este deve adotar medidas mais contundentes a fim de
provocar abertura das negociações, bem como indicar a unificação do
movimento grevista com os servidores públicos federais;
2) Foi aprovada a produção de um documento e um debate sobre a
Carreira Docente e suas particularidades em relação à Carreira de
Ciência e Tecnologia.
3) Foi lida e aprovada uma carta a ser dirigida, pela ADUR-RJ,
à Administração Superior da UFRRJ, Diretores, Chefes de Departamento e
membros dos Colegiados contrária à realização de reuniões
deliberativas nos vários colegiados da Universidade, sinalizando o
prejuízo de que aconteçam no período da greve.
4) Foram aprovados os nomes dos delegados para o CNG, a partir
do dia 30 de junho: Alexandre Pinto Mendes, Heitor Fernandes Mothé
Filho, Joecildo Francisco da Rocha, Ana Maria Marques Santos, Andrey
Cirdeiro Ferreira e demais membros da Diretoria da ADUR-RJ.