Apenas 79 cidades têm legislação de combate à homofobia
Segundo
levantamento do IBGE, 14% dos órgãos gestores de políticas de direitos
humanos têm programas para a população LGBT
Apenas 79
municípios brasileiros têm legislação de combate à homofobia, de um
total de 5.565 analisados em 2011. É o que mostra a Pesquisa de
Informações Básicas Municipais – Perfil dos Municípios (Munic),
divulgada nesta terça-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados indicam
que somente 486 cidades adotam ações para o enfrentamento da violência
contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT).
Segundo o levantamento, 14% dos órgãos gestores de políticas de
direitos humanos têm programas para a população LGBT, 99 reconhecem os
direitos dessas pessoas e 54 têm lei para o reconhecimento do nome
social adotado por travestis e transexuais.
Em relação a
projetos ou ações voltadas à infância e à adolescência, a pesquisa
mostra que 5.358 têm esse tipo de iniciativa, com destaque para o
combate ao trabalho infantil, a promoção do lazer, o atendimento à
criança e ao adolescente com deficiência e o enfrentamento à violência
sexual. Nos 5.077 municípios que têm programas destinados aos idosos,
os principais pontos são a promoção da saúde e a acessibilidade em
espaços públicos e no transporte.
A gerente da
Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE, Vânia Pacheco,
destaca que, por outro lado, poucos municípios têm programas voltados
para a população de rua.
“Crianças,
adolescentes e idosos são os principais alvos de políticas municipais
de direitos humanos. Mas só 24,7% dos municípios executam alguma ação
para a população em situação de rua. Não são todos os municípios que
têm esse problema, são os mais populosos e de regiões metropolitanas.
Mas já são 1.373 [as cidades] que declararam que têm algum programa ou
ação.”
Com relação a
pessoas com deficiência, 3.759 municípios (67,5% do total) declararam
ter política específica na área. Segundo a pesquisa, a acessibilidade
a espaços públicos de esporte e lazer aparece em 61,1% das cidades e a
distribuição de órteses e próteses, 50,8%. Já as políticas de trabalho
e renda estão presentes em apenas 25,9% e a acessibilidade no
transporte público ocorre em 26,9%.
Somente 97
municípios tinham, no ano passado, legislação permitindo a entrada de
cão-guia em espaços públicos fechados e 290 prefeituras liberavam o
acesso deles aos seus prédios.
Quanto o assunto
é adolescente em conflito com a lei, 17,7% dos municípios declararam
ter Plano de Atendimento Socioeducativo. O número de cidades com
centros de internação para esses jovens caiu de 482, em 2009, para 465
em 2011.
Fonte: Brasil de
Fato, Akemi Nitahara, Ag. Brasil, 13/11/12.