Administração da UERJ reprime mais um ato público em favor da educação
Após
concentrar-se em frente ao Maracanã em obras na sexta-feira (24) pela
manhã, um ato público em defesa da educação, saúde e habitação com
cerca de 500 pessoas, realizado na capital fluminense, se dirigiu à
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde foi recebido com os
portões fechados e seguranças de prontidão. Embora a manifestação
tenha sido pacífica, o Batalhão de Choque foi acionado e se preparou
para dispersar com violência os manifestantes, como havia feito no dia
anterior com os estudantes da UERJ no interior da universidade.
O ato público
teve início com falas de solidariedade aos estudantes da UERJ que
foram reprimidos no dia anterior pela tropa de choque da polícia
militar no interior da instituição, explicitando a anuência da
administração com a medida repressiva. A professora Sônia Lúcio, da
Associação dos Docentes da Universidade Federal Fluminense (ADUFF),
afirmou ser absurda a forma brutal como foram tratados os estudantes
pela reitoria. O fechamento dos portões ao ato público, seguindo a
mesma lógica repressiva, não surpreendeu os manifestantes, que viram
na postura da administração universitária uma metáfora da
intransigência dos governos Dilma e Cabral frente às reivindicações
dos trabalhadores do funcionalismo público.
Durante todo o
percurso o ato seguiu cobrando dos governos Federal e Estadual a
abertura de canais de negociação com as categorias paralisadas.
Segundo Juliana Fiúza, do Comando de Greve da UERJ, o dinheiro que
está sendo utilizado para construir a marquise do Maracanã já seria
suficiente para atender a reivindicação das 3 categorias da UERJ em
greve por um ano, o que demonstra qual a prioridade do governo. Para
Pedro Rosa, do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade
Federal Fluminense (Sintuff), “essa obra do Maracanã é um exemplo da
aliança mafiosa do governo Dilma com as empreiteiras”.
Estudantes do
colégio Pedro II cantavam “Não tem dinheiro para carreira, mas tem
dinheiro pra Carlinhos Cachoeira”, ironizando um governo que no
primeiro semestre de 2012 já presenteou grandes empresários com R$ 100
bilhões em isenção de impostos, bancos europeus com cerca de R$ 20
bilhões e empresas privadas de ensino superior com R$ 15 bilhões em
perdão de dívidas.
Batalhão de
choque invade a UERJ para reprimir manifestação
Na tarde desta
quinta-feira (23), estudantes, professores e técnicos administrativos
da Universidade Estadual do Rio de Janeiro realizaram uma manifestação
no entorno do Campus da UERJ no bairro do Maracanã, zona norte da
cidade. O objetivo era cobrar abertura de negociação com o governo
Sérgio Cabral.
Em greve há dois
meses, os manifestantes bloquearam uma das principais avenidas da zona
norte do Rio. Durante inúmeros momentos, policiais militares tentaram
reprimir o ato. Quando a passeata chegou dentro da universidade,
policiais militares da tropa de choque invadiram a UERJ. Vídeos
postados na Internet mostram os policiais atirando bombas de gás
lacrimogêneo, com a clara intenção de reprimir a manifestação
pacífica.
“A tropa de
choque chegou atirando bomba nos estudantes, sendo que a gente não
estava depredando nada. Nós estávamos aqui exercendo nosso direito de
manifestação”, disse o estudante Daniel Moreira, em entrevista ao
Jornal A Nova Democracia.
A truculência da
PM não conseguiu inibir os manifestantes, que permaneceram no local
até que a tropa de choque se retirasse da universidade, o que
aconteceu sob as vaias de estudantes, professores e técnicos,
indignados com a repressão policial.
“Essa forma
truculenta de invadir um espaço que tem autonomia plena é mais uma
demonstração da tirania do governador Sergio Cabral”, declarou ao
jornal, o professor Walcyr de Oliveira, 1º vice-presidente da Regional
RJ do ANDES-SN.
* Com informações
do Blog da Greve da Aduff - SSind. e do Jornal A Nova Democracia
Fonte: ANDES-SN,
24/8/12.