57º Conad repudia golpe no Paraguai e ação policial nas Universidades
em SP
Ao final dos
trabalhos do 57º Conad, os delegados do encontro aprovaram uma série
de moções. Entre elas, está uma manifestação de repúdio ao golpe de
estado sumário, que destituiu o presidente Lugo, da República do
Paraguai, perpetrado pela maioria conservadora parlamentar do país,
configurando uma brutal violência institucional a serviço das classes
mais retrogradas do Paraguai e dos interesses imperialistas no
continente. Os docentes exigem a retomada do estado de direito
democrático na República do Paraguai com o restabelecimento do
presidente Lugo no governo.
Também em relação
aos recentes acontecimentos no Paraguai, os delegados também
repudiaram a brutal repressão realizada contra os camponeses em
Morumbi, que deixou 11 trabalhadores da terra mortos, em terras
griladas por latifundiários, situadas no distrito de Curuguaty,
segundo informe da Comissão de Verdade e Justiça do Paraguai.
“Apoiamos a luta
dos camponeses pela terra em toda a América Latina, submetida por
séculos às leis dos latifundiários, originadas ainda nos tempos
coloniais. Exigimos o respeito aos trabalhadores da cidade e do campo
e que os responsáveis por atos tão violentos sejam investigados por
uma Comissão Independente e punidos”, diz o documento.
Ainda no cenário
internacional, os delegados ao 57º Conad do ANDES-SN, comprometidos
com a luta pela democracia, pela independência nacional contra
qualquer intervenção externa imperialista e pela unidade internacional
dos trabalhadores de todos os países, aprovaram moção exigindo o fim
da repressão na Síria.
Os delegados do
57º Conad reafirmaram também sua posição contrária a presença de
tropas brasileiras no Haiti, exigindo a sua imediata retirada e o fim
da intervenção imperialista naquele país.
Repressão nas
Universidades
Os delegados do
57º Conad também repudiaram as ações da Policia Militar no Campus de
Guarulhos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), realizadas
na noite do dia 14 de junho de 2012. Consideram tais ações violentas,
desmedidas e descabidas, frente à manifestação de alunos que estavam
em greve, além de ferir a autonomia universitária. Posicionaram-se
veementemente contrários às ações que criminalizem movimentos sociais
ou atos políticos.
Da mesma forma,
manifestaram seu repúdio à repressão perpetrada contra movimentos
estudantis pela Polícia Militar no campus da USP e exigem a retirada
dos processos disciplinares, de expulsão ou de demissão que atingem
funcionários e alunos da Universidade de São Paulo, além da retirada
por parte da reitoria da interpelação judicial contra a Diretoria da
Adusp Seção Sindical. “Os docentes defendem energicamente a autonomia
e a democracia universitária, incompatíveis com os métodos que vêm
sendo usados na USP contra as manifestações críticas de segmentos da
comunidade universitária”, diz o texto da moção de repúdio destinada
ao reitor da USP, João Grandino Rodas.
Ainda em relação
à criminalização e repressão nas instituições de ensino, os delegados
repudiam também as ações dos reitores da Universidade Federal do
Piauí, Luiz de Souza Santos Junior, e do Instituto Federal do Piauí,
Francisco das Chagas Santana, no sentido de coibir o direito de greve
e sindicalização dos docentes nestas instituições.
Remoções no Rio
de Janeiro
Os participantes
do 57º Conad também demonstraram seu repúdio às ações de despejo
impostas aos moradores da Ladeira do Glória – Ocupação Luiza Mahin – e
de outras 25 ocupações em Niterói, Jacarepaguá, Campo Grande, São
Gonçalo e outros do estado do Rio de Janeiro.
“Ademais, frente
à agenda dos megaeventos e à política de privatizações dos serviços
públicos que se instalam na cidade do Rio de Janeiro e no estado
fluminense, onde a violência tem sido uma constante no cenário social,
há a possibilidade de uma reprise de Pinheirinhos (São José dos Campos
– SP). Portanto, defendem o direito inalienável à moradia, aos
serviços públicos de saúde e de educação de qualidade para todos”,
afirmam no texto.
Fonte: ANDES-SN,
27/6/12.