Universidades chilenas organizam nova paralisação nesta quinta
A Confederação de Estudantes do Chile (Confech) e o sindicato dos
professores organizam nova paralisação nacional na próxima
quinta-feira (30), em defesa da educação pública e gratuita.
"Basta de
privatização e lucro, de ensino regulado pelo mercado", sublinhou
Jaime Gajardo, presidente do Colégio de Professores, organização que,
junto à Confech, convoca a marcha de quinta-feira. A passeata sairá da
Praça Itália até a Praça dos Heróis. "O problema não é uns pesos
[moeda chilena] a mais ou a menos", disse Gajardo, em alusão à
proposta do governo de injetar financiamento em centros
universitários. "Aqui há um tema de fundo que se está evitando:
educação pública no Chile", declarou o líder sindical.
Nessa
segunda-feira (27), a Central Unitária de Trabalhadores decidiu aderir
à mobilização e antecipou para o final de agosto uma paralisação
nacional de dois dias em rejeição ao modelo neoliberal.
Ao explicar a
determinação de apoiar os professores e estudantes, o presidente da
central, Arturo Martínez, lembrou que são as famílias trabalhadoras
que arcam com os custos da educação de seus filhos.
Forças da
esquerda chilena, como o Partido Comunista e o Partido do Socialismo
Allendista, também expressaram seu apoio às manifestações contra a
mercantilização da educação.
Governo
"escorregadio"
Para
Esteban Silva, presidente dos allendistas, governo se mostra
escorregadio diante da urgente necessidade de uma educação na qual o
Estado tenha o papel principal. Para ele, o governo quer encobrir
também o clamor dos chilenos contra o neoliberalismo e a atual
Constituição, que, segundo Esteban, o consagra.
A insatisfação
popular não se deve só à falta de educação pública e de oportunidades:
"o mal-estar que percorre Chile começa crescentemente a vincular o
modelo econômico imperante com as desigualdades, o endividamento e o
abuso em nossa sociedade", aponta Esteban Silva.
"Por isso",
acrescenta, "é fundamental vincular as demandas da comunidade
educacional com a exigência nacional de gerar uma Assembleia
Constituinte para que seja o povo chileno, de maneira democrática,
plural e representativa, que elabore e determine uma nova
Constituição".
No Chile rege a
Constituição aprovada pelo regime militar de Augusto Pinochet
(1973-1990).
Fonte: <http://diarioliberdade.org/index.php?option=com_content&view=article&id=17092:universidades-chilenas-organizam-nova-paralisacao-nesta-quinta&catid=283:linguaeducacom&Itemid=185>