Em situação precária, professores substitutos da Eseba recebem
salários atrasados, mas são afastados
A situação dos
professores substitutos da Escola de Ensino Básico (Eseba), da
Universidade Federal de Uberlândia (UFU) parece estar longe de uma
solução. Trabalhando desde fevereiro sem salário, os 116 docentes
optaram pela paralisação das atividades no dia 6/5.
Após inúmeras
tentativas junto à administração superior da UFU na busca da resolução
do problema, conseguiu-se que a reitoria efetuasse o pagamento dos
meses trabalhados, mas não foi possível chegar a um acordo quanto à
manutenção deste professores nos quadros da Universidade.
Sendo assim, após
efetuar o referido pagamento, os professores foram "afastados", com a
promessa de "recontratação", caso o MEC regularize a situação. Isso
complica ainda mais o quadro, uma vez que existe legislação específica
que proíbe a recontratação de servidor público no prazo inferior a 24
meses.
No dia 19 de
maio, foi realizada uma reunião entre o reitor da UFU, docentes da
Eseba, comissão de pais e alunos e diretoria da Associação de Docentes
da UFU (Adufu Seção Sinsidcal). Na ocasião foi apresentada uma
proposta para que a UFU pelo menos assumisse, provisoriamente, a
manutenção destes professores substitutos até julho.
“A medida
garantiria a conclusão do semestre letivo, sem maiores prejuízos
pedagógicos aos alunos e à comunidade em geral, inclusive, com a
reposição das aulas paralisadas. Mas a proposta foi recusada pelo
reitor”, esclarece o presidente da Comissão Diretora da Adufu Seção
Sindical, Aurelino José Ferreira Filho.
No entanto, como
as negociações pouco avançaram e cerca de 940 alunos estavam sendo
prejudicados, os docentes da Eseba decidiram retomar as aulas a partir
de segunda-feira (30/5) e manter um calendário de mobilizações, com
atividades que contam com a participação dos pais e alunos escola.
Entenda o caso
Contratados em caráter de urgência, desde o início do semestre, para
substituir professores aposentados e também aqueles afastados para
qualificação e tratamento médico, os docentes não foram integrados a
folha de pagamento do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão –
MPOG.
Apesar de toda a
legislação já existente que rege as IFES e seus Colégios de Aplicação.
o Ministério da Educação (MEC) alega que ainda é preciso regulamentar
a contratação de professores substitutos do ensino superior e do
ensino básico lotados nestas unidades.
O decreto nº
7.485, que regulamenta a contratação, ainda que de forma precarizada
dos docentes substitutos, foi publicado no último dia 18, mas não
solucionou o problema. Isso porque o documento contempla apenas os
docentes da carreira de terceiro grau, quando a imensa maioria dos
professores dos CAp fazem parte da carreira de ensino básico, técnico
e tecnológico.
(Com informações
de Rubens de Castro, da Adufu Seção Sindical)
Fonte: Renata
Maffezolli/ ANDES-SN