Servidores
da Uenf mantêm paralisação e recebem apoio de parlamentares
A
proposta de reajuste salarial aos servidores da Universidade Estadual
do Norte Fluminense (Uenf), enviada pelo governo do Rio de Janeiro à
Assembleia Legislativa do estado (Alerj) em fevereiro, gerou a
proposição de nove emendas parlamentares que buscam ampliar os
benefícios oferecidos para os servidores, em greve desde dezembro do
ano passado.
A proposta
do governo de reposição salarial de 22% em seis parcelas aos
professores da instituição é considerada insuficiente pelos docentes -
que apresentam uma pauta que inclui, entre outros pontos, a
regulamentação definitiva do regime de Dedicação Exclusiva. Uma das
emendas, apresentada pelo deputado Roberto Henriques (PR), exige a
concessão de uma bolsa emergencial de 50% como forma temporária de
remuneração do regime de DE, até que a Universidade proceda com a
regulamentação definitiva.
“Tem
faltado ao governo Cabral o mínimo de disposição para o diálogo,
porque de intransigência em intransigência alongamos essa greve até
aqui. Em dezembro tentamos iniciar um processo de negociação com o
secretário de ciência e tecnologia, que em janeiro falou só com o
reitor, e em fevereiro enviou mensagem para a Alerj. Se ele tivesse
conversado conosco, seria melhor. O governo, ao ignorar o sindicato,
alongou a greve”, avalia o presidente da AdUenf Seção Sindical, Marcos
Pedlowski.
Para ele, o
número alto de emendas reflete o apoio parlamentar à luta dos
servidores da Uenf e é fruto da mobilização dedicada de professores,
servidores e estudantes junto à sociedade fluminense. “A categoria
está coesa e forte. Difícil acabar com a paralisação sem uma solução
que atenda a pauta de reivindicações que foi votada em assembleia”,
reitera.
O
presidente da Alerj, Deputado Paulo Melo (PMDB), afirmou que a matéria
só volta para a mesa de votação quando os professores forem ouvidos.
Em assembleia realizada nesta semana, os docentes aprovaram a
continuidade da paralisação e definiram uma agenda que inclui o envio
de mensagens eletrônicas aos deputados que compõem a Alerj para
solicitar apoio às emendas. Os servidores decidiram, ainda, enviar uma
comitiva para presenciar o processo de votação da mensagem do governo,
ainda sem data para ocorrer.
Ao mesmo
tempo em que exigem melhorias salariais, os servidores da Uenf
reivindicam a apuração de denúncias, enviadas recentemente ao
Ministério Público Estadual, sobre possíveis irregularidades cometidas
na gestão do reitor Almy Junior. Entre os principais motivos apontados
ao MPE, estão obras licitadas por valores exorbitantes e outras
inacabadas.
“Ao longo
de 2010, surgiram várias denúncias e a universidade as tratou de forma
impassível. A questão é grave e deve ser apurada pela Justiça. Não dá
para aceitar que o recurso público da universidade seja objeto de
qualquer tipo de tentativa de mau uso”, completa Pedlowski.
FONTE:
ANDES-SN