Representantes da UFRJ, da Andifes e do Andes-SN discutem em seminário
carreira docente
Um discurso pouco
esclarecedor foi ouvido do Secretário de Recursos Humanos do
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), Duvanier Paiva,
durante o seminário sobre a Carreira do Professor Federal, na
quinta-feira 17, na UFRJ. O evento, uma iniciativa da Adufrj-SSind em
pareceria com a Pró-reitoria de Pessoal da universidade, aconteceu no
Auditório Rodolpho Paulo Rocco (Quinhentão), no Centro de Ciências da
Saúde (CCS).
Participaram da
mesa do seminário o Secretário Executivo da Associação Nacional dos
Dirigentes (Andifes), Gustavo Balduino e o vice-presidente do
Andes-SN, Luis Henrique Schuch. Representando a reitoria da UFRJ, o
Pró-reitor de Extensão, Pablo Benetti, também avaliou a minuta de
projeto de lei da Carreira de Professor Federal do Andes-SN, uma das
propostas em pauta no Grupo de Trabalho interministerial formado pelo
MPOG, Ministério da Educação, Andes-SN, com a participação do Fórum de
Professores Federais (Proifes).
A participação do
representante do governo no encontro foi nada acrescentou. Com a
desculpa de ter um voo marcado para as 12h30, Duvanier Paiva se
limitou a ler, de forma pouco compreensível para quem o assistia, os
artigos e parágrafos da minuta do projeto de lei que o governo quer
enviar para o Congresso Nacional como proposta de carreira dos
professores federais.
No momento das
intervenções da plateia, Duvanier deixou o seminário. Mas antes teve
que ouvir as manifestações de repúdio de professores contra a carreira
proposta pelo governo e também de representantes dos
técnico-administrativos. Pelo Sintufrj, Neuza Pinto entregou ao
secretário uma carta aberta na qual os servidores protestam contra o
tratamento dado pelo governo a este segmento, “sem negociar de fato
com a Fasubra, alegando estávamos em greve nas universidades.
Estávamos em greve por estarmos sem aumento há três anos!”.
Autonomia para se
auto-avaliar
Pela
administração central, Pablo Benetti chamou a atenção para o fato de
que hoje é quase uma norma a entrada no corpo docente das federais
apenas aqueles que possuem doutorado. “Isso é bom, mas não pode ser
uma regra única”. No entendimento do professor, a carreira docente
deve possibilitar tanto a entrada do professor nos primeiros níveis,
com mestrado; e também, em níveis mais adiantados, daqueles que já
“avançaram na sua carreira profissional, com titulo de doutor etc”.
Pablo ressaltou
que é muito interessante que a universidade receba professores com
mestrado para que desenvolvam suas pesquisas também em consonância com
projetos acadêmicos já em andamento nos departamentos e unidades.
“Esse professor precisa descobrir o que a universidade pode oferecer a
ele”.
O professor é
contrário à entrada única proposta pelo Andes-SN, mas também não
concorda com a criação de mais uma classe como quer o governo, a de
professor Sênior. “Acho que a criação do Associado já garantiu mais um
nível de progressão”.
Sobre a avaliação
docente, o pró-reitor defendeu a autonomia da universidade de se
“auto-avaliar, estabelecendo ela própria os seus valores e sua
vocação”.
Fonte: adufrj.