Quadro comparativo elaborado pelo ANDES-SN dá rumo aos trabalhos do GT
Carreira
Os representantes
do governo federal compareceram à reunião desta quinta-feira (24) para
continuidade da discussão da reestruturação da carreira docente
despreparados. A proposta, para o período da manhã, era que os
relatores do Grupo de Trabalho (GT) elaborassem proposta de minuta
para o relatório da oficina realizada no dia 11 de novembro, quando
foram expostas as propostas de cada entidade e também do governo.
O ANDES-SN
apresentou uma proposta de sistematização do relatório, cuja redação
foi finalizada no período da tarde e deve ser ratificada na próxima
reunião, agendada para o dia 1 de dezembro.
Durante a tarde,
também estava prevista a análise das propostas apresentadas para
identificação das divergências e convergências. O Sindicato Nacional
apresentou um quadro sistematizado, no qual destaca 38 pontos de
conflito e 6 de possível consenso entre os planos apresentados para a
reestruturação da carreira. O quadro elaborado pelo ANDES-SN servirá
de base para o trabalho do GT.
Tanto governo
quanto Proifes se comprometeram a revisar o entendimento do ANDES-SN
quanto às suas respectivas proposições para que, no próximo encontro
do grupo (1/12), os 38 tópicos possam ser agrupados em grandes temas,
visando uma melhor sistematização dos trabalhos da oficina agendada
para 8 de dezembro.
Momento exige
vigilância e mobilização
Com a exposição
das diferentes visões em relação à reestruturação da carreira docente
nas Instituições Federais de Ensino se apresenta um novo patamar para
chamar a categoria docente ao debate e a mobilização.
As propostas
apresentadas na oficina realizada em 11 de novembro evidenciam a
postura protelatória do Governo Federal, cujo projeto remete quase na
íntegra àquele oficial discutido nas negociações de 2010.
No ano passado, a
proposta do então Governo Lula da Silva foi amplamente rejeitada pelas
assembleias dos docentes por tratar-se de uma tentativa do governo de
consolidar vários dos danos já impostos, ignorando as críticas gerais
e pontuais ao conteúdo do projeto.
“O governo quer,
do seu jeito e com os seus objetivos, estruturar nova carreira para os
docentes do magistério superior, uma das poucas sobre a qual ainda não
incidiu diretamente com as premissas da chamada reforma gerencial do
Estado. Para isso não tem pressa. Sabe que há divergências de fundo e
que a categoria não aceitará pacificamente o aprofundamento da
retirada de direitos, nem novas invasões a autonomia universitária.
Por isso, tentará protelar o confronto para bem próximo do que
considera ser o prazo fatal”, avalia Luiz Henrique Schuch, 1º
vice-presidente do ANDES-SN e coordenador do Setor das Ifes.
O diretor do
Sindicato Nacional ressalta que é preciso manter a interlocução com o
governo e, ao mesmo tempo, se preparar para o confronto, pois, ao que
tudo indica, ele será necessário. “O desafio é tornar o movimento
nacionalmente consistente e consciente, para termos força na
negociação e evitarmos que, numa eventual queda de braços, o governo
volte a jogar contra o futuro da universidade brasileira com o surrado
jogo despolitizado de tabelas remuneratórias”, conclui.
Fonte: ANDES-SN,
25/11/11.