Manifestantes protestam no Pará contra usina de Belo Monte
O Comitê Metropolitano Xingu Vivo para Sempre promove nesta
quinta-feira, 28/7, mais um ato público nas ruas de Belém (PA) contra
a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. A manifestação que
conta com o apoio da Adufpa - Seção Sindical e do ANDES-SN sairá às 15
horas do CAN, em Nazaré, em direção à Praça da República.
O ato público será realizado em conjunto com a Executiva Nacional dos
Estudantes de Comunicação Social (Enecos) e a Federação dos Estudantes
de Agronomia do Brasil (Feab), que promovem encontros nacionais na
capital paraense, para discutir a relação do movimento estudantil com
os demais movimentos sociais.
A expectativa é que a manifestação reúna mais de 400 ativistas
contrários às barragens dos rios da Amazônia. Segundo o Comitê Xingu
Vivo para Sempre, durante o ato público, os manifestantes pretendem
obter a adesão da população à luta contra Belo Monte e denunciar que o
governo federal vai destinar, via Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), R$ 30 bilhões para as empreiteiras que vão
construir a Usina, enquanto faltam recursos para a educação, saúde e
outras áreas sociais. Os juros cobrados pelo BNDES para financiar a
obra serão de apenas 4% ao ano, enquanto a população brasileira paga
juros muito maiores, caso queira obter financiamento nos bancos.
O investimento do governo federal sequer leva em consideração o risco
econômico da obra, pois a Hidrelétrica vai gerar somente 39% de sua
capacidade máxima de energia, por conta das características sazonais
do rio Xingu. Para ser viável economicamente - isso sem citar os
inúmeros impactos ambientais -, seria necessário que Belo Monte
tivesse uma capacidade de, no mínimo, 55% de produção de energia.
Caso a Usina Hidrelétrica de Belo Monte seja construída, mais de 400
mil pessoas serão obrigadas a deixarem suas terras e casas e cerca de
15 mil indígenas sofrerão os impactos da obra, direta ou
indiretamente. Apesar dos impactos sócio-ambientais, estas famílias
sequer foram informadas para onde serão deslocadas.
Fonte: Adufpa/ Max Costa