Preparação da Jornada de Lutas de agosto já começou
Os trabalhadores brasileiros entraram 2011 lutando e não está sendo
diferente no decorrer do ano. Trabalhadores da construção civil, da
mineração, bombeiros, metalúrgicos, servidores municipais e estaduais,
professores da rede pública e tantos outros. Os servidores públicos
federais estão realizando uma dura campanha desde março. A greve dos
trabalhadores técnicos e administrativos das universidades federais já
dura um mês. Assim como os professores municipais e estaduais que
paralisaram suas atividades em quase todo o país, alguns obtiveram
conquistas, outros ainda lutam, como é o caso do Sepe no Rio de
Janeiro e de Santa Catarina que conquistou recente vitória com a
decretação da legalidade da greve pelo TRT (Tribunal Regional do
Trabalho). Está nas ruas a campanha nacional contra o PNE (Plano
Nacional de Ensino) e por 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a
Educação já.
Preparar a Semana
As lutas vão continuar no segundo semestre e precisamos apoiar cada
uma delas, incentivar cada uma delas. Diversas entidades e movimentos
aprovaram a Jornada Nacional de Lutas de 17 a 26 de agosto. Uma semana
em que as categorias que estejam em campanha salarial como bancários,
petroleiros e outras devem aproveitar para fortalecer sua mobilização,
mas todas as categorias mesmo que já tenham realizado lutas no
primeiro semestre devem se organizar em seu estado e preparar dias de
protestos, manifestações, paralisações onde for possível nos dias 17 e
18 de agosto. E, desde já, é necessário organizar a caravana para o
Dia Nacional de Lutas em 24 de agosto, em Brasília.
Essa jornada não será somente nas cidades e categorias organizadas de
trabalhadores. Os movimentos populares e contra a opressão também
estão preparando a sua participação na jornada, assim como
trabalhadores do campo pela reforma agrária e contra o agronegócio. A
população pobre continuará sua luta ocupando terrenos e lutando por
moradia e condições dignas de vida, sendo que neste momento também
precisam enfrentar as remoções e desocupações devido as grandes obras
da Copa e Olimpíadas.
Jornada necessária
As empresas aumentam o ritmo de trabalho, impõem jornadas estafantes,
aumentando os acidentes e doenças do trabalho. Enquanto isso, o
governo Dilma alardeia que é preciso segurar os aumentos dos salários
por causa da inflação. O empresários adoram. Os governos federal, dos
estados e municípios, dizem que não há recurso para aumentar o
investimento na saúde, na educação, na moradia e no transporte. Por
isso a população, particularmente nas grandes cidades, sofre com a
situação caótica em que se encontra a saúde e a educação públicas, o
transporte é caro e de baixa qualidade, o preço da água, da luz, do
telefone, tudo sobe mais que os salários.
Dilma Rousseff reafirma sua política a serviço do capital e impõe o
corte de 50 bilhões nos gastos com políticas públicas no orçamento
deste ano. Ao mesmo tempo em que assegura uma ajuda a grandes empresas
que, em benefícios e isenções fiscais, transferiram a elas, só no ano
passado, 144 bilhões de reais, conforme informações do TCU (Tribunal
de Contas da União). Mais de 40 bilhões é a previsão inicial de gastos
com as grandes empreiteiras, para as obras da Copa e das Olimpíadas.
Entre 1 de janeiro e 17 de junho deste ano, o governo federal já
gastou 364 bilhões de reais com juros e amortizações da dívida externa
e interna (51% de todos os gastos do governo neste mesmo período!). É
dinheiro que sai da educação, da saúde, da moradia, da reforma
agrária, para aumentar os lucros dos bancos e grandes especuladores.
Ou seja, não há falta de recursos para o que lhes interessa.
Mas não há recursos para a reforma agrária e para uma política
agrícola de apoio ao assentado. Não há recursos para a titularização
da terra e apoio às comunidades quilombolas. E voltamos a ouvir
autoridades falar em cortes na previdência social, em manter o fator
previdenciário ou trocar pelo fator 85/95, o que daria no mesmo.
Por isso as entidades e movimentos que participam da Jornada Nacional
de Lutas em agosto conclamam toda a classe trabalhadora, os movimentos
populares e a juventude do nosso país para que unamos as nossas lutas
e os nossos esforços, para aumentar a pressão sobre os empresários e
sobre os governos (federal, estaduais e municipais). Essa desigualdade
e essa injustiça não podem continuar. E a forma de mudar esta
situação, para priorizar os interesses do povo trabalhador, é a nossa
luta.
Vamos todos (as) preparar a Jornada Nacional de Lutas de 17 a 26 de
agosto juntamente com as diversas entidades que participam desse
movimento: ANDES/SN, ANEL, ASSIBGE/SN, CNESF, COBAP, CONDSEF,
CSP-CONLUTAS, FENASPS, INTERSINDICAL, MTST, MTL, SINASEFE e UST.
Nossas bandeiras:
- DEFESA DA APOSENTADORIA E DA PREVIDÊNCIA PÚBLICA – FIM DO FATOR
PREVIDENCIÁRIO
- AUMENTO GERAL DOS SALÁRIOS
- REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO SEM REDUÇÃO SALARIAL
- CONTRA OS CORTES DO ORÇAMENTO – DEFESA DO SERVIÇO PUBLICO E DOS
DIREITOS SOCIAIS DO POVO BRASILEIRO – COMBATE À CORRUPÇÃO
- SUSPENSÃO DO PAGAMENTO DA DÍVIDA EXTERNA E INTERNA AOS GRANDES
ESPECULADORES
- EM DEFESA DA EDUCAÇÃO E DA SAUDE PÚBLICA
- EM DEFESA DOS(AS) SERVIDORES(AS) PÚBLICOS(AS)
- EM DEFESA DO DIREITO À MORADIA DIGNA / TERRA PARA QUEM NELA TRABALHA
– REFORMA AGRÁRIA JÁ
- NENHUM DIREITO A MENOS – CONTRA A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO
- CONTRA AS PRIVATIZAÇÕES – DEFESA DO PATRIMONIO E DOS RECURSOS
NATURAIS DO BRASIL
- CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DA POBREZA E DOS MOVIMENTOS SOCIAIS
- CONTRA O NOVO CÓDIGO FLORESTAL / EM DEFESA DO MEIO AMBIENTE
- CONTRA TODA FORMA DE DISCRIMINAÇÃO E OPRESSÃO
Fonte: CSP-CONLUTAS
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