“Operação abafa” de Dilma fracassa e escândalos derrubam Palocci
Dilma bem que tentou, fez o que pode pra acobertar e defender o
ministro-chefe da Casa Civil, Antônio Palocci, mas não teve jeito e,
como todos os outros governos que a antecederam, orientou o mesmo a
“renunciar” as funções de ministro dos ministérios de seu governo.
A queda de Palocci revela um aprofundamento nesse período de crise no
governo Dilma Roussef. O ministro-chefe da Casa Civil não deu
explicações sobre o crescimento de seu patrimônio, que nos últimos
dois anos aumentou em 20 vezes e ainda teve revelado a utilização de
um “laranja” no processo que envolve o apartamento onde ele mora.
Antes mesmo dos escândalos envolvendo Palocci, Dilma já havia sofrido
um forte desgaste político com as discussões envolvendo a provação do
novo Código Florestal, pela Câmara dos Deputados. Um código que
legitima o avanço da destruição das florestas e inocenta os grandes
empresários de todos os crimes cometidos contra o meio ambiente. Isso
revelou uma forte crise na base aliada do governo, além de expor o
deputado Aldo Rebelo (PCdoB) como fiel escudeiro do agronegócio, dos
usineiros e madeireiros, a famosa bancada ruralista. .
Palocci, um dos dirigentes mais importantes do PT, partido da
presidenta, não teve nenhum constrangimento em afirmar que não
revelaria os nomes de seus “clientes” e contratos que lhe
possibilitaram um enriquecimento meteórico e ainda teve a audácia de
afirmar que “nunca se utilizou de tráfico de influencia ou qualquer
informação privilegiada em seus ‘contratos’”. Assim nada esclareceu
sobre as denuncias e, pasmem, ganhou de presente de um
procurador-geral da República o arquivamento de todas as denúncias.
A CSP-Conlutas, que já vinha exigindo investigação, quebra de sigilo
fiscal e bancário de Palocci, na reunião da Coordenação Nacional da
Central, realizada nos últimos dia 3, 4 e 5 deste mês, fez desse um
dos principais temas debatidos pelos cerca 250 delegados e
observadores de todo o país que, ao final, deliberam por exigir a
derrubada imediata do então ministro, a punição e confisco de todos os
seus bens e dos demais corruptos e corruptores.
Como dissemos em nossa nota anterior “o que assistimos são
ex-dirigentes sindicais e de ‘esquerda’ se utilizando do aparato do
Estado e do prestígio para enriquecimento pessoal. Enquanto isso, os
trabalhadores não viram nenhuma de suas reivindicações atendidas.
Podemos citar como exemplos a não redução da jornada de trabalho,
tampouco o fim do fator previdenciário, aliás, vetado pelo
ex-presidente Lula”.
Dilma, porém, em meio a essa crise, avança em seu viés privatizante
atingindo os Correios, a Infraero e o petróleo brasileiro. Além disso,
o governo federal, com a ajuda dos governos estaduais e municipais,
segue sua política de ataque aos direitos dos trabalhadores, que
respondem com greves espalhadas por diversas categorias e regiões de
nosso país, como os bombeiros do RJ, trabalhadores em Educação básica
de vários estados, municipários, metalúrgicos e funcionalismo público
federal, entre tantos outros.
O caso Palocci serve para desnudar, ainda mais, o caráter de classe
desse governo que não se diferencia de sua oposição: os velhos
corruptos e corruptores do PSDB e DEM, bem como a ampla maioria de sua
base aliada.
Enquanto os escândalos com desfecho de impunidade se repetem, o
governo segue aplicando as suas políticas que beneficiam os grandes
empresários de dentro e de fora de nosso país, as custas de duros
ataques a classe trabalhadora.
Atnágoras Lopes e Luiz Carlos Prates, o Mancha.
membros da Sec. Exec. Nac. da CSP-Conlutas
FONTE: CSP-Conlutas