MP 520 é
debatida na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público
Discutir o
impacto na gestão pública da Medida Provisória 520/10. Esse foi o
objetivo da audiência realizada ontem (26/4), pela CTASP, no plenário
12 da Câmara dos Deputados. A MP, assinada no último dia de mandato do
ex-presidente Lula, autoriza a criação da Empresa Brasileira de
Serviços Hospitalares (Ebserh) para apoiar a prestação de serviços
médico-hospitalares, laboratoriais e de ensino e pesquisa nos
hospitais universitários federais.
Durante o
debate, o diretor de Hospitais Universitários do Ministério da
Educação (MEC), José Rubens Rebelatto, e o consultor jurídico do
Ministério da Saúde, Jean Keiji Uema, garantiram que não vai haver
qualquer tipo de privatização e que a autonomia universitária será
preservada.
Já o
coordenador da Federação de Sindicatos de Trabalhadores em Educação
das Universidades Brasileiras (Fasubra), Paulo Henrique dos Santos, e
o representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Gervásio
Foganholli, posicionaram-se contra a MP, por considerar que ela segue
um modelo de Estado baseado na lógica de mercado, o que não condiz com
a saúde nem com a educação.
Santos
manifestou preocupação com a possibilidade de a Ebserh criar
subsidiárias regionais, que poderiam colocar ações no mercado e ter
participação de até 49% de capitais privados. Segundo ele, isso é uma
ameaça para os hospitais universitários, que deixariam de ser
gerenciados com base no interesse público.
A
representante da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições
Federais de Ensino Superior (Andifes), Ana Dayse Dorea, disse que a MP
não é o que esperava, porque não se encaixa no mesmo processo de
expansão das universidades públicas implementado nos últimos anos.
Para a
deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), a MP está gerando uma agenda
negativa nas universidades, em contraste com uma série de agendas
positivas criadas a partir do Governo Lula. "Não vai ser fácil, a MP
não será bem recebida no contexto universitário", alertou.
(Com
informações da Agência Câmara)
Fonte: ANDES-SN