MERCANTILIZAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO: convênio com MRS preocupa a ADUR-RJ
 

A Administração Superior da UFRRJ estuda firmar um convênio, com empresa da iniciativa privada, para a instalação de um retropátio (parque de manobras de trens de carga) no campus de Seropédica. De acordo com deliberação nº 3 do Conselho Universitário (03 /3/11), a Rural tem analisado a viabilidade de estabelecer um contrato de cessão, de cerca de 40 hectares de suas áreas, com a Empresa MRS Logística S.A.

A empresa – que é responsável pelo transporte de minério de ferro e produtos correlatos pela linha férrea que corta o campus – tenta obter as terras da Rural, em regime de comodato. O intuito é garantir vazão ao transporte de carga em direção ao Porto de Itaguaí e adjacências. Inicialmente, o prazo de vigência do convênio seria de 30 anos, prorrogáveis por mais três décadas.

A proposta de formalização do convênio foi apresentada à Universidade pela empresa MRS no dia 21 de junho de 2010. Um ano depois, durante a 169º Reunião do Conselho Universitário - CONSU, foi criada uma Comissão para analisar o tema.  A Comissão é composta pelos docentes Cesar Augusto da Ros (ICHS), Fernando A. Curvello (IZ), Heber dos Santos Abreu (IF) e por um representante de cada segmento da Universidade.

Em 15/08/11, o Prof. Cesar da Ros sistematizou algumas considerações sobre o tema em um documento intitulado “Análise preliminar da solicitação de convênio da MRS Logística S.A. e a UFRRJ”, que, foi devidamente encaminhado aos docentes, por e-mail, pela Diretoria da ADUR-RJ. Pelo material, o docente aponta uma série de questionamentos sobre o convênio, salientando que a iniciativa trará impactos a curto e a longo prazo para a UFRRJ.

ADUR-RJ já se manifestou contra o convênio

Em 11/05/11, a ADUR-RJ enviou ofício à presidência do CONSU para posicionar-se de forma contrária ao convênio em tela, por entender que ele  promove a privatização do espaço público. A ADUR chamou atenção sobre a possibilidade deste empreendimento favorecer o escoamento do lixo para o CTR Santa Rosa (Central de Tratamento de Resíduos).

A seção sindical compreende que a iniciativa propiciará impactos multidimensionais para a comunidade, que ainda não está devidamente esclarecida sobre o convênio.

Em assembleia de 31/8, a ADUR-RJ externou sua preocupação com o tema complexo, indicando que convocaria a comunidade universitária para debater o assunto.

Em panfleto, a ADUR-RJ afirma que “com esse tipo de instalação, projetos acadêmicos futuros estarão comprometidos em definitivo. A iniciativa consiste em mais um inaceitável ataque privatista à Universidade, que, somente será possível com a cumplicidade de nossos dirigentes e a omissão da comunidade.

A ADUR-RJ e toda comunidade continuam lutando contra a instalação do aterro sanitário nos limites do campus – o que também poderá comprometer o ensino, a pesquisa e a extensão na Rural. Os ataques ao espaço público se intensificarão, principalmente se considerarmos a gradual valorização das terras, patrimônio da UFRRJ. Para defendermos a Universidade, necessitamos de salvaguardas como um plano diretor consistente e maior ação administrativa.  Avaliamos que não há preço que pague o papel da universidade para o povo brasileiro”.
 

Diretoria da ADUR-RJ, 21/09/11.

 

 

 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Coletânea de artigos


Home