Luta
política e jurídica é foco do Plano de Lutas das Particulares
O 30º
Congresso do ANDES-SN reafirmou o Sindicato Nacional como único e
legítimo representante de todas as instituições de ensino superior do
país e instrumento de combate ao crescente processo de mercantilização
da educação brasileira ao aprovarem o Plano de Lutas do Setor das
Particulares (IPES).
Entre as
principais deliberações texto, está a de que o ANDES-SN entre com
recursos cabíveis contra a decisão do TST, de outubro de 2010, que
negou o recurso do Sindicato contra o ato do MTE – que suspendeu o
registro sindical do ANDES-SN, consequência do poder do patronato – e
manteve rejeitada a representatividade do Sindicato no setor das IPES.
Em 2009, um despacho do ministério restabeleceu o registro apenas para
o setor público.
Segundo
Marco Aurélio Ribeiro, da Adunimep Seção Sindical e 2º vice-presidente
Regional São Paulo do ANDES-SN, a aprovação da possibilidade de que
associações docentes com estatuto próprio se integrem ao ANDES-SN, com
direito a participação, voz e voto, em todas as instâncias do
Sindicato Nacional, vai contribuir no processo de enfrentamento aos
reiterados ataques ao setor. “Isso vai favorecer que estas entidades
possam participar de forma mais orgânica do ANDES-SN. O setor
precisava de uma oxigenação, se reorganizar. Este Congresso aprova
dois encontros dos setores, no primeiro e no segundo semestre. Um será
para tratar das questões de reorganização, para podermos encaminhar as
deliberações deste Congresso e a participação no próximo CONAD, e no
segundo semestre vamos fazer a rediscussão da pauta”, explica.
Ribeiro
lembra que os 16 itens do Plano de Lutas são bastante distintos dos
deliberados no último Congresso, e estão voltados principalmente para
combate ao veto à representação do setor das privadas pelo ANDES-SN.
“Entendemos que as entidades impugnantes não poderiam cassar o
registro sindical, particularmente em Salvador (Aducsal) e em
Piracicaba (Adunimep), porque não são legítimos para solicitar a
impugnação junto ao MTE. Os Sinpros, de forma geral, intervêm no MTE
sempre contra o ANDES-SN, mas não têm a situação legalizada junto ao
Ministério. Nosso registro sindical é anterior ao registro sindical
desses Sinpros, tanto em Campinas e região quanto em Salvador”,
denuncia.
O documento
aprovado em Uberlândia também prevê um encontro de caráter jurídico
para a realização de um diagnóstico de todos os processos que estão em
curso na Justiça em relação às particulares, seguido da elaboração,
junto às assessorias das Seções Sindicais, das Regionais e a
Assessoria Nacional Jurídica, de processo administrativo para tentar
restabelecer os registros.
Ensino
privado é concessão do poder público
A luta pela
estabilidade do regime de trabalho docente contratado no setor das
privadas, que são concessões públicas, também seguirão no horizonte do
Sindicato para o próximo período. O professor Max Conceição, da
Aducsal, relatou os problemas enfrentados pelos docentes da
confessional com a expansão. “Nossa dificuldade lá é maior em função
da perda de turnos. Como não tem mais aluno, o professor é demitido”.
Neste contexto, está prevista no Plano de Lutas a elaboração de um
documento sobre a ação do Sindicato junto à OIT, no que se refere à
convenção 158 (que trata da dispensa imotivada do trabalho, sem justa
causa).
“Por que
existe uma redução no número de alunos nas entidades confessionais? É
porque existe um crescimento desse processo de mercantilização do
ensino, em que verdadeiras empresas voltadas para a área de educação
estão crescendo assustadoramente, com mensalidades inferiores até a
uma escola de educação infantil e nenhuma qualidade. Queremos
primeiramente aglutinar no setor das IPES estas instituições que se
diferenciam das instituições de mercado”, reforça Ribeiro.
Para Marina
Barbosa, presidente do ANDES-SN, o compromisso do Sindicato em relação
ao setor da IPES é, “a partir de nossas deliberações, assumirmos com
maior empenho pelas regionais a tarefa de ampliação do sindicato,
particularmente no setor e seguirmos a luta contra as barreiras
jurídicas e ministeriais, tanto no campo político como no jurídico”.
Fonte: ANDES-SN