Greve nacional na educação irá pedir o cumprimento do piso do
magistério
Paralisação está
programada para março do ano que vem, quando Congresso deve votar
Plano Nacional da Educação
Professores de
todo o país devem entrar em greve na primeira quinzena de março de
2012 pelo cumprimento da lei do piso nacional do magistério. A decisão
foi tomada em reunião do Conselho Nacional de Entidades da
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), ocorrida
na última sexta-feira (16). O protesto também vai reivindicar a
inclusão no Plano Nacional de Educação (PNE) de uma norma que fixe a
destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) ao setor. O PNE
deverá ser votado pelo Congresso até 15 de março.
A Lei 11.738,
sancionada em 2008 pelo então presidente da República, Luiz Inácio
Lula da Silva, prevê que professores de nível médio que cumprem
jornada semanal de 40 horas recebam, no mínimo, R$ 1.187,97 – em todo
o território nacional. Porém, alguns estados ainda seguem sem cumprir
a remuneração e enfrentaram greves este ano. Em Minas Gerais, onde
professores da rede estadual paralisaram as aulas por mais de dois
meses, o pagamento é feito por subsídio (quando o salário soma o
vencimento básico e gratificações).
"Temos muita
resistência dos governadores e prefeitos em aplicar esta lei. Eles
agem da maneira que acham conveniente. Nossa luta é para padronizar
esse cumprimento em todo o país, porque a lei é clara", afirmou ao
presidente da CNTE, Roberto Leão.
Reajuste
Os educadores
estão se articulando também contra a mudança no mecanismo de cálculo
do reajuste anual do piso. Antes corrigido de acordo com a variação do
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) de dois anos
anteriores ou pela inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor (INPC), a Comissão de Finanças da Câmara decidiu na última
semana manter somente o reajuste pela inflação como parâmetro. Por
essa regra, o índice seria de 6,18%, equivalentes ao INPC acumulado
nos últimos 12 meses, até novembro.
Segundo a CNTE, o
motivo da mudança é a resistência dos estados e municípios quanto ao
pagamento do piso nacional. Pelo modelo anterior de reajuste, o
percentual previsto para 2012 seria de 22,23%.
Fonte: Rede
Brasil Atual, Letícia Cruz, 20/12/11.