Grécia tem quarta greve geral contra plano de austeridade
Os principais sindicatos da Grécia deflagraram nesta terça-feira
(28/6) uma greve geral de 48 horas em repúdio às medidas de
austeridade propostas pelo governo. Ontem, o primeiro-ministro grego,
George Papandreou, discursou pedindo apoio para a aprovação das
medidas que devem ser votadas no Parlamento até quinta-feira (30/6).
O pacote inclui cortes orçamentários, aumento de impostos e
privatizações e faz parte de uma série de exigências feitas pela pela
União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para liberar
a última parcela – de 12 bilhões de euros (R$ 27 bilhões) – de um
pacote de resgate.
Papandreou disse que o plano de austeridade é a “única chance” de
colocar a Grécia “de pé novamente” e tirá-la da crise em que se
encontra. Mas as medidas enfrentam resistência da sociedade grega. A
previsão é que hoje ocorram várias manifestações em cidades da Grécia.
Pelo menos 5 mil policiais foram deslocados na região de Atenas.
A greve geral deve prejudicar o funcionamento da maioria dos serviços
públicos, inclusive os aeroportos e linhas de trens. O novo ministro
das Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, disse que os cortes
propostos são “injustos”, mas necessários. O ministro apelou aos
partidos políticos para que trabalhem pelas medidas para construir uma
“força nacional maior”.
O principal líder da oposição, Antonis Samaras, do Partido Nova
Democracia, disse que há falhas no pacote de austeridade porque os
impostos devem ser reduzidos para estimular a economia. Ao mesmo
tempo, a União Europeia e o FMI já discutem um segundo pacote de
resgate, que pode ser de tamanho semelhante ao do primeiro (de 110
bilhões de euros).
Os bancos franceses aceitam reinvestir na dívida grega, diz o governo
da França. Mas os políticos querem, desta vez, que os credores
privados também colaborem, relaxando a cobrança da dívida grega. O
presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse ontem que os bancos de
seu país ajudarão na recuperação grega, ao estender para 30 anos o
prazo de pagamento das dívidas e permitir o reempréstimo a Atenas.
Fonte: BBC Brasil