Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde se destaca na XIV CNS
A Frente Nacional
contra a Privatização da Saúde, da qual o ANDES-SN faz parte, exerceu
papel importante para que a XIV Conferência Nacional de Saúde (CNS)
aprovasse resoluções contra todas as formas de privatização, entre
elas as Organizações Sociais (OSs) e as Organizações da Sociedade
Civil de Interesse Público (Oscip) e contra a criação da Empresa
Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Realizada em
Brasília de 30 de novembro a 4 de dezembro, a XIV CNS reuniu cerca de
3 mil delegados, divididos entre representantes dos usuários (50%),
dos trabalhadores em saúde (25%) e dos gestores (25%). Este formato é
uma conquista do movimento sanitário desde 1988, mas governos de
plantão e privatistas têm tentado influir sistematicamente no sentido
de privilegiar o capital.
Durante os cinco
dias da Conferência, os integrantes da Frente fizeram um intenso
trabalho de mobilização, atuando na defesa intransigente de um Sistema
Único de Saúde (SUS) público e de qualidade e contra todas as formas
de privatização.
“Segundo relatos
daqueles que participaram do evento, foram feitas intervenções em
todos os grupos e também passeatas internas com palavras de ordem,
como ‘Não à privatização’, ‘O SUS é nosso, ninguém tira da gente,
direito garantido não se troca e não se vende’, que foram incorporadas
por quase todos os integrantes da Conferência”, conta a 3ª tesoureira
do ANDES-SN, Maria Suely Soares, que representa o Sindicato Nacional
na frente contra a privatização da Saúde.
Além das
resoluções contra a privatização da saúde, a XIV edição da Conferência
aprovou uma proposta de regulamentação da Emenda Constitucional 29,
com percentuais mínimos de 10% para a União, 12% para os estados e 15%
para os municípios, totalizando um investimento global mínimo de 10%
do Produto Interno Bruto (PIB) para a saúde, entre outras medidas.
Também foi aprovado que os recursos da saúde devem ficar de fora da
Desvinculação das Receitas da União (DRU).
“O problema é que
os governos muitas vezes não respeitam as deliberações das
Conferências de Saúde que, de acordo com a lei, devem ser as
elaboradoras das políticas de saúde e cujas decisões devem ser
encaminhadas pelos conselhos de saúde e implementadas pelo executivo”,
critica Maria Suely.
Já a Frente
Nacional Contra a Privatização da Saúde é formada por diversos
sindicatos, associações e movimentos sociais que lutam contra a
implantação dos “novos modelos” de gestão do SUS, baseados em OSs,
Oscip, Fundações e agora a Ebserh, já aprovada no Congresso Nacional.
Tais iniciativas
são vistas pela Frente como formas mascaradas de privatização, pois
entregam a gestão de unidades de saúde e hospitais, patrimônio,
equipamentos, serviços, trabalhadores e recursos públicos para
entidades privadas – resultando no mais grave e intenso ataque contra
o SUS em toda a sua história.
Fonte: ANDES-SN,
6/12/11.