Estudantes e docentes das estaduais do CE pressionam por audiência com
governador
Representantes dos movimentos estudantil e docente das três universidades
estaduais do Ceará – UECE (Universidade Estadual do Ceará), UEVA
(Universidade Estadual Vale do Acaraú ) e Urca (Universidade Regional do
Cariri) – se reuniram com o secretário de Ciência, Tecnologia e Educação
Superior do estado, René Barreira, para reivindicar concurso público para
professores efetivos. Desde o último dia 14, os estudantes da UEVA organizam
paralisações de aulas e pedem que as 117 vagas abertas para professor
substituto na universidade sejam transformadas em vagas efetivas.
Aproximadamente 30 alunos vieram
do campus da UEVA em Sobral para participar da audiência no Palácio do
Governo, realizada na quarta-feira (23/2). O secretário René Barreira
anunciou que o governador nomearia os 21 professores efetivos que passaram
no concurso da UEVA no ano passado, além de 52 na Urca. Segundo levantamento
feito pelo Sinduva, a carência de professores na universidade chega a 284.
Apesar de o concurso ser um avanço, não preenche a demanda real das
universidades.
O foco da audiência foi a
realização de concurso público, mas outros pontos foram levantados, como a
carência de assistência estudantil, a construção de residência e restaurante
universitários e a autonomia da UEVA – estudantes e professores querem
eleição direta para reitor. “Faltam bolsas e infraestrutura. A UEVA não tem
sede, a sede é alugada da Diocese”, protestou a estudante Aline, do Centro
Acadêmico (CA) de Pedagogia.
Representantes da Urca e UECE
também levantaram questionamentos. A professora Erlenia Sobral,
vice-presidente da Sinduece, destacou a falta de diálogo do governo e pediu
atitudes concretas do governador Cid Gomes. “Esperamos que o zelo do governo
do qual o secretário [René Barreira] falou seja de ordem prática”, disse.
Ela comentou ainda a ausência de debate sobre a federalização das estaduais,
que tem sido pautada pelo governador de maneira informal em alguns eventos
públicos.
O estudante Marcelo, do CA de
História da UECE, protestou contra a entrega do RU, que está há mais de dois
anos sendo construído. O teto do atual restaurante caiu no final do ano
passado enquanto um grupo de alunos protestava pela entrega do novo prédio.
“Nós percebemos uma discrepância do governo em relação ao discurso e à
prática”, opinou.
A 1ª secretária do ANDES-SN,
professora Zuleide Queiroz, resumiu a situação da Urca: “Não temos
professores para terminar o segundo semestre 2010 e nem podemos começar o
primeiro de 2011”. Representantes da Faculdade Centec (Fatec) também
estiveram presente na audiência para denunciar as 35 demissões de
professores e técnico-administrativos que ocorreram na unidade. O professor
Samuel Torres disse ainda que a reitoria quer recontratar esses funcionários
como colaboradores, isto é, por hora/ aula, situação contestada pela classe
docente. O secretário prometeu uma audiência para tratar sobre o assunto na
próxima semana.
Sobre a urgência de concurso
público nas três universidades, professores e estudantes foram unânimes em
pedir audiência direta com o governador, já que somente ele pode autorizar a
abertura de vagas para efetivos. “A discussão depende de Cid Gomes. A
audiência com ele é imprescindível”, pontuou o professor e ex-presidente da
Sinduece Célio Coutinho.
René Barreira pediu que as
representações das três universidades se reúnam com a Secitece para fazer um
levantamento da necessidade real de cada universidade. “Eu só pretendo
marcar uma audiência com o governador quando conseguir a sistematização
desse processo”. Ele encaminhou reuniões para a próxima semana com os
membros da secretaria, gestores das universidades estaduais e movimentos
estudantil e docente, mas não marcou dia e hora.
Por Lorena Alves
Sinduece Seção Sindical |