Entidades comemoram vitória com a aprovação na Câmara da PEC 270/08
Após extensa
campanha do conjunto de entidades representativas dos servidores
públicos, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 270/08 foi
aprovada, em primeiro turno, por unanimidade na Câmara dos Deputados,
na noite desta quarta-feira (14).
“É uma grande
vitória do Mosap e de todas as entidades, inclusive do ANDES-SN, num
momento importante porque já não tínhamos grande esperança de que a
PEC fosse votada ainda esse ano”, comentou Edison Haubert, presidente
do Mosap.
Ele reforçou que
apesar do acordo feito com o governo, que retirou a retroatividade da
proposta prevista no texto original, mas garantiu a aprovação da
proposta, a PEC tem enorme valor, pois resgata a dignidade dos que se
aposentam por invalidez.
“É muito triste
faltarem meios justamente num momento em que o trabalhador já está
extremante fragilizado e ainda se depara com a supressão de direitos
que lhe eram garantidos”, analisou.
Maria Suely
Soares, 3ª Tesoureira do ANDES-SN e coordenadora do grupo de trabalho
de Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria, também avalia que,
apesar de não garantir a retroatividade a 2003, a aprovação da
proposta é muito importante.
“A defesa da
qualidade de vida e do salário na aposentadoria é um dos pontos do
Plano de Lutas do Sindicato Nacional. Sem dúvida, a aprovação da PEC
270/08 é uma enorme conquista para o movimento, pois resgata direitos
que foram usurpados dos trabalhadores com a Reforma da Previdência.
Além disso, atende ao que o ANDES-SN defende historicamente que é uma
previdência social por repartição, com pacto entre gerações, na qual
todos têm direito de viver com dignidade na velhice ou quando
impossibilitados de trabalhar”, comentou
Mobilização
“Precisamos agora
seguir atentos para que seja também aprovada em segundo turno e também
no Senado”, avaliou Suely.
O presidente do
Mosap também ressaltou a importância das entidades manterem-se alertas
para que a proposta também passe no segundo turno da Câmara e seja
ainda aprovada pelos senadores.
“Não deixa de ser
uma preocupação, mas como foi votada por unanimidade, depois de um
acordo entre as grandes lideranças, temos uma certa tranqüilidade
quanto à aprovação no segundo turno na Câmara. Agora, quando chegar ao
Senado será outra briga. É preciso destacar o esforço extraordinário
da deputada Andreia Zito, autora do projeto, e do deputado Arnaldo
Faria de Sá, relator na comissão especial, muito importantes na
negociação para a tramitação da PEC”, observou Haubert.
Entenda
A PEC 270/
resgata a paridade e integralidade na aposentadoria por invalidez, ao
conceder aposentadoria integral aos servidores públicos aposentados
por invalidez permanente caso tenham ingressado no serviço público até
31 de dezembro de 2003, data de publicação da Emenda Constitucional
41, a última reforma da Previdência.
A matéria ainda
precisa passar por um segundo turno de votação antes de ser enviada ao
Senado.
De acordo com o
texto, o servidor que entrou no setor público até essa data e já se
aposentou ou venha a se aposentar por invalidez permanente terá
direito a proventos calculados com base na remuneração do cargo em que
se der a aposentadoria, sem uso da média das maiores contribuições,
como prevê a Lei 10.887/04, que disciplinou o tema.
Essas
aposentadorias também terão garantida a paridade de reajuste com os
cargos da ativa, regra estendida às pensões derivadas desses
proventos. Segundo o relator, deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), a
mudança feita pela PEC corrige uma das distorções da reforma
previdenciária. “É inaceitável que o indivíduo atingido por uma
situação de invalidez, que mais precisa de cuidados e atenção do
Estado, tenha seus proventos mais limitados que o servidor saudável”,
afirmou.
A Reforma da
Previdência instituiu a aposentadoria por invalidez permanente com
proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente
de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave,
contagiosa ou incurável listada em lei.
Retroatividade
No substitutivo
que Faria de Sá apresentou à comissão especial, estava prevista
retroatividade a 2003, mas o texto aprovado retirou essa regra nas
negociações com o governo.
Para o relator,
os aposentados poderão recorrer à Justiça para requerer a
retroatividade. “O governo foi contra a retroatividade, mas ela poderá
ser requerida na Justiça”, afirmou.
A PEC estipula um
prazo de 180 dias para o Executivo revisar as aposentadorias e pensões
concedidas a partir de 1º de janeiro de 2004. Os efeitos financeiros
dessa revisão vão valer a partir data de promulgação da futura emenda
constitucional.
A deputada
Andreia Zito agradeceu aos deputados envolvidos na discussão pela
aprovação da PEC, lembrando que o próprio presidente se empenhou em
colocar o assunto em pauta. Ela também parabenizou as instituições que
representam os aposentados por invalidez. “Estamos mostrando para o
Brasil e para essas pessoas que não nos esquecemos delas”, afirmou.
* Com informações
da Agência Câmara
Fonte: ANDES-SN,
15/12/11.