Emprego terceirizado: salário menor e jornada de trabalho maior
Este tipo de contrato atinge 25,5% do mercado formal, o que
representa 10,8 milhões de empregados, segundo o estudo
Um estudo da Central Única dos Trabalhadores (CUT) mostra que a
terceirização de empresas fragilizou a qualidade do emprego no país. O
levantamento aponta várias desvantagens na comparação com o emprego
direto nas empresas que contrataram essa prestação de serviço. Entre
elas, os salários mais baixos e a o cumprimento de jornadas mais
longa.
Este tipo de contrato de trabalho atinge 25,5% do mercado formal, o
que representa 10,8 milhões de empregados, segundo o estudo. Ele
servirá de base para a argumentação do presidente nacional da CUT,
Artur Henrique, durante audiência pública sobre a Terceirização e a
Mão de Obra, que começa amanhã (3), no Tribunal Superior do Trabalho
(TST), em Brasília.
Com base em dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(Dieese) e da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e
Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho
e Emprego, o levantamento indica que os assalariados terceirizados
ganhavam, em dezembro do ano passado, 27,1% menos do que os empregados
diretos.
Enquanto nas empresas terceirizadas quase a metade dos contratados
(48%) estava nas faixas de um a dois salários mínimos, nas empresas
contratantes dos serviços o percentual ficou em 29%. Além disso, a
jornada semanal de trabalho nas terceirizadas supera em até três horas
a do contrato direto. Se houvesse uma equiparação, alerta o estudo,
seriam gerados no país mais 801,3 mil vagas.
A rotatividade também é maior, informa o documento, com 44,9% ante 22%
do regime contratual direto. Do total de 42,6 milhões de empregos
formais, 10,8 milhões ocorrem por meio da terceirização. Seis estados
concentram nível de admitidos acima da média nacional, de 25,5%: São
Paulo com 3,6 milhões (29,3%); Minas Gerais com l,l3 milhão (26,%);
Rio de Janeiro com l,08 milhão (26,75%) ; Santa Catarina com 535.176
(27,82%) e Ceará com 356.849 (27,38%).
Fonte: Agência Brasil