Dívida
Pública Federal ultrapassa a barreira de R$ 1,7 trilhão
A forte
emissão de títulos fez a Dívida Pública Federal (DPF) subir 2,34% em
abril e ultrapassar, pela primeira vez, a barreira de R$ 1,7 trilhão.
Segundo dados divulgados há pouco pelo Tesouro Nacional, a DPF fechou
o mês passado em R$ 1,734 trilhão, cerca de R$ 40 bilhões a mais que a
quantia registrada em março (R$ 1,695 trilhão).
A maior
responsável por esse aumento foi a dívida mobiliária (em títulos)
interna do governo federal, que subiu 2,58%, passando de R$ 1,611
trilhão para R$ 1,653 trilhão. A alta foi influenciada pelo fato de o
Tesouro ter emitido R$ 25,95 bilhões em títulos a mais do que resgatou
no mês passado, principalmente papéis prefixados. Houve ainda o
reconhecimento de R$ 15,62 bilhões em juros.
A alta só
não foi maior por causa da dívida externa. Segundo o Tesouro, o
estoque da dívida pública externa caiu 2,32%, de R$ 83,53 bilhões em
março para R$ 81,60 bilhões no mês passado.
O resultado
da DPF indica uma mudança de estratégia do Tesouro. Nos meses que
iniciam trimestres (janeiro, abril, julho e outubro), normalmente, o
Tesouro resgata títulos prefixados que estão vencendo. No início do
ano, o governo anunciou que iria diluir os vencimentos para não haver
concentração em determinados meses. Em abril, no entanto, o Tesouro
não apenas diminuiu os resgates desse tipo de título como emitiu R$
30,3 bilhões em papéis prefixados.
O
lançamento de títulos prefixados fez a participação desses papéis na
dívida interna subir de 29,02% em março para 29,55% em janeiro. A
fatia dos títulos vinculados à Selic subiu de 28,51% para 28,72%. A
participação dos títulos corrigidos pela inflação passou de 24,28%
para 24,71%.
A parcela
vinculada ao câmbio na dívida interna ficou negativa em 0,47%. Por
causa da retomada das operações de swap reverso (compra de dólares no
mercado futuro) pelo Banco Central, iniciadas no início do ano, o país
deixou de ser devedor no câmbio no mercado interno e passou a credor.
Com a taxa
definida com antecedência, os títulos prefixados são preferíveis para
o Tesouro Nacional porque dão maior previsibilidade para a
administração da dívida pública. Em contrapartida, os papéis
vinculados à Selic representam mais risco porque pressionam a dívida
pública para cima em épocas de aumentos dos juros básicos.
O prazo
médio da DPF caiu de 3,64 anos em março para 3,61 anos em abril. O
Tesouro Nacional não divulga o resultado em meses, apenas em anos.
Apesar da redução do prazo, a participação dos vencimentos nos
próximos 12 meses caiu de 23,98% para 23,2%. Prazos mais longos são
favoráveis para o Tesouro porque representam tempo maior para renovar
a dívida pública.
Por meio da
dívida pública, o governo pega emprestado recursos dos investidores
para honrar compromissos. Em troca, se compromete a devolver os
recursos com alguma correção, que pode ser definida com antecedência
no caso dos títulos prefixados, ou seguir a variação da taxa Selic
(juros básicos), da inflação ou do câmbio.
Fonte: Por Wellton Máximo/ Agência Brasil