Diretores
do ANDES-SN cobram do MEC abertura imediata de agenda de discussão
Dia 4 de maio, Diretores do
ANDES-SN cobraram de representantes do Ministério da Educação (MEC) o
estabelecimento imediato de agenda para tratar de assuntos de
interesse da categoria docente. “Há debates que devem ser agendados,
como é o caso do projeto de Carreira, mas há problemas estourando que
precisam de solução imediata, como é o caso da crise dos Colégios de
Aplicação e do CEFET Minas Gerais”, justificou a presidente do
ANDES-SN, Marina Barbosa Pinto.
A presidente, o
secretário-geral, Márcio Antônio de Oliveira, e o 1º vice-presidente,
Luiz Henrique Schuch, se reuniram com o secretário de Educação
Superior do MEC, Luiz Cláudio Costa, e com o chefe de gabinete do
órgão, Leonardo Osvaldo Barchini Rosa, na tarde desta quarta-feira
(4/5). Inicialmente, a audiência deveria contar com a presença do
ministro Fernando Haddad que, conforme seus assessores, foi convocado
às pressas para uma reunião na Casa Civil.
Marina lembrou aos presentes
que a Pauta de Reivindicações da categoria já foi protocolada deste o
mês de março. “O documento envolve diversas questões, que vão desde
salário até gestão de pessoal, incluindo nossa proposta de Projeto da
Carreira. Por isso, é importante que seja discutido com o MEC, e não
apenas com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Questão - MPOG”,
explicou.
O 1º vice-presidente
acrescentou que o movimento docente escolheu o MEC como interlocutor
privilegiado para discussão das questões pertinentes à universidade.
“É claro que existe uma diretriz de governo que delega ao MPOG às
negociações com os servidores, mas acreditamos que um setor
burocrático não consegue perceber as especificidades do meio acadêmico
e investe contra a autonomia universitária”.
Crise nos CAps e Cefet-MG
A presidente do
ANDES-SN cobrou uma solução para a crise dos colégios de aplicação e
do Cefet-MG, nos quais os professores substitutos estão trabalhando
sem salário ou com os salários ameaçados, afirmando que a MP 525 não
ajudou a resolver os problemas e acrescentou outros.
O secretário justificou que a
dificuldade decorre do fato de que os CAP não são regulamentados e,
por isso, não são cobertos pelo decreto que regulamenta o Banco de
Professor Equivalente. Ele garante, entretanto, que o problema será
resolvido em, no máximo, dez dias.
Segundo ele, a idéia é editar
uma portaria específica, autorizando as contratações nessas
instituições, conforme discutido pela comissão formada por
representantes do CONDCAP, da Andifes e do próprio Ministério para
solucionar a crise.
Carreira docente
O secretário de
Educação Superior disse que, em função da falta de disponibilidade
orçamentária neste ano, incluindo o corte de R$ 50 bilhões, anunciado
pela presidente Dilma logo após a posse, o prazo para discussão do
projeto de carreira docente ficará mais ampliado. De acordo com ele, o
governo já reconheceu que o seu projeto, apresentado no ano passado,
mistura elementos de carreira com gestão de pessoal e, por isso, não
assegurava a autonomia necessária às instituições. “O ministro já
aquiesceu”, garantiu.
Luiz Cláudio disse também que
já leu o projeto de Carreira de Professor Federal construído pelo
ANDES-SN, entre outras contribuições recebidas pelo órgão. “Nós temos
que construir aqui no MEC qual será a filosofia da carreira”, pontuou.
Expansão das Universidades
Os representantes
do ANDES-SN também cobraram do Ministério a falta dos meios
necessários para que os novos compromissos acadêmicos das IFES sejam
desenvolvidos com qualidade perante as exigências sociais. Eles
criticaram a falta de cargos docentes e as duas Medidas Provisórias
recentes que afetam o conceito de contratação de docentes
universitários (MP 525/11) e a natureza de gestão dos hospitais
universitários (MP 520/10).
A primeira permite a
contratação de até 20% de professores substitutos para compor o quadro
docente de cada faculdade que participe do projeto de expansão. “Os
cursos do projeto de expansão poderão começar apenas com professores
substitutos, o que compromete a qualidade, na medida em que não
contempla a continuidade do projeto acadêmico”, criticou Marina. Já a
MP 520 transfere a gestão dos hospitais universidades das
universidades para um empresa externa. “Esta MP acaba com a autonomia
universitária”, acrescentou o 1º vice-presidente.
FONTE: ANDES-SN