Dificuldade
financeira da UERN tem origem em cortes no orçamento
Telefones cortados,
fornecedores com pagamentos atrasados, dificuldades para a realização
de viagens em virtude da falta de combustível nos veículos: essa é a
realidade atual da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
(UERN). A dificuldade financeira começou no governo passado quando
mais de R$ 1 milhão destinado ao custeio da instituição deixou de ser
repassado. No entanto, o descaso com a UERN não se restringiu à
administração passada, já que o atual governo realizou diversos cortes
no orçamento 2011 da universidade.
O orçamento da UERN é composto
por três partes: custeio (valores destinados à telefonia, água,
energia elétrica, combustível, material de expediente e limpeza entre
outros); investimento (construções e equipamentos); e a folha de
pessoal. Para 2011, a universidade solicitou R$ 14,2 milhões para o
custeio. No entanto, a Assembleia Legislativa (AL) aprovou somente R$
9,6 milhões. Para piorar a situação, houve um contingenciamento de
30%, restando R$ 6,7 milhões. Isto significa pouco mais de R$ 550 mil,
por mês, para manter seis campi da UERN, espalhados por todo o estado.
Com relação ao investimento,
foi solicitado pela instituição, o valor de R$ 22,1 milhões. Desse
total, R$ 5 milhões foram aprovados pela AL e, com o
contingenciamento, sobraram apenas R$ 3,5 milhões para construções e
compra de equipamentos para a UERN. Já para a folha de pessoal,
abrangendo o crescimento vegetativo (mudanças de níveis, classes,
conquistas de Dedicação Exclusiva) e a política salarial (cumprimento
do Plano de Cargos e Salários dos servidores), foram solicitados R$
175,8 milhões, sendo que foram aprovados pela AL, R$ 141,6 milhões.
Para o professor Flaubert
Torquato, presidente da Associação dos Docentes da UERN - Aduern Seção
Sindical, o corte de 30% do orçamento já reduzido da UERN é algo
injustificável. “Isso é um retrocesso no desenvolvimento educacional
do estado, pois causará enormes prejuízos à qualidade de ensino na
instituição. Vamos tentar reverter este corte através de uma ação
conjunta que envolva a participação das entidades representativas dos
segmentos da UERN, da administração superior da UERN e de toda a
sociedade potiguar no sentido de sensibilizar a Governadora quanto à
necessidade de corrigir esta situação indesejada e extremamente
prejudicial para nossa Universidade”, afirma.
Campanha salarial
A Aduern
Seção Sindical iniciou a campanha salarial 2011 com uma rodada de
visitas às sub-sedes da entidade instaladas nos Campi Avançados da
UERN. As visitas visam à deflagração de um amplo processo de
mobilização dos docentes, que resultará em uma Assembleia Geral
Extraordinária no dia 31 de março para encaminhar sobre a pauta de
reivindicação da categoria. A Aduern Seção Sindical reclama um
reajuste de 23,98% para o cumprimento do Plano de Cargos e Salários
dos professores da UERN.
Fonte:
Aduern Seção Sindical. Por Talita Lucena