Crise no
Pólo Universitário de Rio das Ostras revela problemas na expansão da
UFF
O Pólo
Universitário de Rio das Ostras (PURO) da UFF vive hoje uma grave
crise que é, em grande parte, comum a todas as universidades públicas
do Brasil, como fruto de um processo de expansão desenfreada. Porém
resguarda algumas especificidades, com falta de democracia,
dificuldades de gestão e casos de assédio moral.
O Pólo foi
criado em 2004 (inicialmente com os Cursos de Serviço Social,
Psicologia, Enfermagem e Ciências da Computação). Logo depois, foram
criados os cursos de Produção Cultural e Engenharia da Produção. Hoje
são estes os seis Cursos que lá funcionam, contando com
aproximadamente 1.200 alunos. Desde o início são denunciados alguns
entraves, em especial devido ao convênio com a prefeitura, para a
implementação do Pólo em Rio das Ostras.
No dia 5 de
maio, ocorreu uma assembléia dos docentes do PURO para debater a
precarização do trabalho docente. Entre os pontos abordados, estavam o
número insuficiente de docentes em todos os cursos do Pólo, além da
falta de salas de aula, salas de professores, de equipamentos, de
laboratórios. No mesmo dia, ocorreu uma assembléia estudantil, que
apontou os mesmos problemas.
A UFF Rio
das Ostras funciona no prédio de uma escola pública. Como o tamanho da
escola é insuficiente para as demandas do Pólo, salas de professores e
salas de aula funcionam em contêineres alugados pela prefeitura de Rio
das Ostras. Essa mesma prefeitura suspendeu o repasse de parcelas de
recursos do convênio, impossibilitando o pagamento das bolsas aos
docentes e discentes desde novembro de 2010, inviabilizando algumas
disciplinas, já que nenhum curso tem seu quadro docente completo.
Entre
outras coisas, a assembleia decidiu que os professores bolsistas que
vinham dando aula sem receber parem de lecionar. Decidiu ainda por um
calendário de mobilização que inclui desde ida ao Conselho
Universitário até atos em frente ao prédio da Universidade.
Como
resultado deste quadro de precarização, os cursos de serviço social,
enfermagem, psicologia e produção cultural encaminharam à Pró-reitoria
de graduação ofício comunicando que, caso não cheguem novos docentes,
não terão condições de oferecer nenhuma vaga no vestibular 2012. Os
docentes indicaram a impossibilidade de prosseguir qualquer expansão
enquanto o governo federal anuncia um corte de cerca de R$ 3 bilhões
no orçamento destinado à educação e a suspensão dos concursos
públicos.
O
Ministério da Educação, em parecer técnico emitido em 17 de janeiro de
2011, atesta as más condições de infra-estrutura no PURO. Segundo o
relatório, a iluminação, a ventilação e a disposição dos contêineres
no terreno são inadequados. O parecer recomenda que os prédios já
construídos (Moradia Estudantil e Serviço de Psicologia Aplicada)
sejam disponibilizados para uso e que as demais edificações sejam
construídas com urgência.
Os docentes
e discentes do PURO irão ao Conselho Universitário no próximo dia 25
de maio, para apresentar à Universidade a situação em que se encontra
o Pólo, dando continuidade à batalha por melhores condições.
Fonte:
Aduff Seção Sindical