Centrais Sindicais divergem acerca da regulamentação de Convenção 151
da OIT
Durante a
audiência pública promovida nesta terça-feira (25/7) à tarde pela
Comissão de Trabalho, de Administração e de Serviço Público para
debater a regulamentação da Convenção 151 da Organização Internacional
do Trabalho (OIT), os representantes das centrais sindicais
apresentaram posições divergentes.
Falando em nome
da CSP-Conlutas (Central Sindical Popular), Paulo Barela esclareceu
que a entidade é contra as três propostas defendidas, respectivamente,
pelos Ministérios do Planejamento e do Trabalho e pelo deputado Nelson
Marquezelli (PTB/SP).
“Nós somos contra
essas propostas por entendermos que o direito à organização sindical
deve ser livre. Quem deve determinar como devemos nos organizar somos
nós e não o Estado, que não é controlado pelos trabalhadores”,
explicou Paulo Barela, que também se posicionou contra o imposto
sindical, por entender que ele é uma forma de o governo tutelar o
movimento dos trabalhadores.
Quanto ao direito
de greve, o diretor da CSP-Conlutas enfatizou que a Central é
favorável ao que já está garantido na Constituição Federal, sem
retrocessos.
“Estou falando em
nome de entidades como o ANDES-SN e a Fenajufe, que não assinaram a
proposta fechada no Ministério do Planejamento, mas que também
discordam das outras duas”, afirmou Barela.
A audiência
pública, presidida pela deputada Fátima Pelaes (PMDB/AP), foi
acompanhada pela 3ª Tesoureira do ANDES-SN, Maria Suely Soares, e
pelo 1º vice-presidente da Regional Nordeste II, Josevaldo Pessoa da
Cunha.
A Convenção 151
da OIT normatiza, entre outros temas, o direito de greve e de
organização dos servidores públicos e o princípio de negociação
coletiva. O texto foi ratificado ano passado pelo Congresso Nacional
através do decreto legislativo 206/2010, mas o governo precisa, no
entanto, regulamentá-lo.
No dia 15 de
junho deste ano, o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do
Planejamento (MP), Duvanier Paiva, apresentou ao Grupo de Trabalho
(GT) de negociação coletiva uma proposta de regulamentação. O ANDES-SN
e outros sindicatos de servidores posicionaram-se contra a proposta do
governo. O Ministério do Trabalho também tem uma proposta sobre o
mesmo assunto.
Também falaram na
audiência pública a secretária de Relações do Trabalho do Ministério
do Trabalho e Emprego, Zilmara David de Alencar; o representante do
MP, Duvanier Paiva Ferreira; o representante da União Geral dos
Trabalhadores, Lineu Mazano; o representante da Força Sindical, Aires
Ribeiro; o presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores, João
Domingos; o representante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras
(CTB), João Paulo e o representante da Central Única dos Trabalhadores
(CUT), Pedro Armengol.
Em suas falas, os
representantes das demais centrais sindicais se dividiram entre quem
era a favor, ou contra, o imposto sindical. Já os secretários dos
ministérios do Planejamento e do Trabalho defenderam o que está sendo
elaborado em cada uma das pastas.
Fonte: ANDES-SN