Berzoini assume relatoria do PL 1992 na Comissão de Finanças
O deputado do
partido governista Ricardo Berzoini (PT-SP) foi indicado o relator na
Comissão de Finanças e Tributação (CFT) do Projeto de Lei (PL)
1992/07, que tenta privatizar a previdência dos servidores públicos no
Brasil e fixação de limite dos proventos ao mesmo teto do regime
geral, com a instituição do fundo de previdência complementar do
servidor público federal – Funpresp.
O texto do PL
ainda cria a possibilidade para que governos estaduais e municipais se
espelhem no modelo federal, também transferindo para o Funpresp a
previdência de seus funcionários.
Ex-ministro da
Previdência do governo Lula, Berzoini acompanhou desde o começo a
Reforma da Previdência iniciada em 2003 pelo governo petista, mas
ainda não concluída. Uma das questões polêmicas, que ainda não foi
aprovada no parlamento, é exatamente a criação da Funpresp.
O próprio
Berzoini declarou que "o projeto original é muito ruim". "O projeto
não tem paridade de gestão, o que não faz sentido", comentou. "Combina
gestão própria dos servidores com algum nível de gestão terceirizada,
o que é muito perigoso", disse em entrevista ao jornal Valor
Econômico.
Devido ao fato do
projeto ser criticado inclusive por membros da base aliada, o governo
disse estar disposto a negociar alguns pontos para que o PL 1992/07
seja aprovado ainda este ano.
Segundo matéria
publicada pelo Valor Econômico, o governo aceita negociar casos
excepcionais apontados pelos parlamentares, como a "portabilidade" da
aposentadoria acumulada por um servidor em regime próprio de seu
Estado ou município que ingressa muito tarde no serviço federal. Além
disso, a Funpresp pode ter um modelo misto, isto é, um fundo único que
agregará todo o funcionalismo federal, mas com alguns planos
individualizados por Poderes ou instituições como Ministério Público e
Polícia Federal.
Desde o início de
seu mandato, Dilma Roussef elegeu o PL 1992/07 como prioridade e quer
sua aprovação até o fim de seu primeiro ano de governo. Existe ainda
uma forte pressão do setor financeiro, uma vez que a privatização da
previdência dos servidores públicos injetará enormes montantes na
ciranda financeira.
No início de
outubro, a presidente encaminhou mensagem à Câmara solicitando caráter
de urgência na tramitação do projeto na Casa. Com isso, o PL passa a
trancar a pauta da Câmara caso não seja votado até 18 novembro.
Fonte: ANDES-SN