Ato festa de 1 ano da CSP-Conlutas resgata história e reforça desafios
da Central
O evento começou
por volta das 19h numa noite fria de São Paulo. Aos poucos foram
chegando trabalhadores metalúrgicos, químicos, servidores públicos,
estudantes, bancários, trabalhadores do movimento popular, das lutas
contra a opressão, trabalhadores do campo. De repente, cerca de 500
pessoas ocupavam o salão onde seria o ato. Ali ficava claro que a
história da CSP-Conlutas é escrita por meio da história de cada
trabalhador, cada trabalhadora, que dedica a sua vida à luta por
construir um mundo melhor.
O Sindicato dos
Metroviários que por tantos anos estava sob o comando da CTB, agora
recebia os lutadores da CSP-Conlutas para comemorar seu aniversário de
1 ano. Atnágoras Lopes e Vanessa, do MTST, assumiram a mesa para
receber os convidados. Foi o presidente da “Casa”, Altino Prazeres,
quem abriu o ato político. Ele falou da importância daquele ato
acontecer no Sindicato dos Metroviários de São Paulo, “uma importante
conquista da Central para a luta dos trabalhadores”, e que isso era
uma expressão do crescimento da CSP-Conlutas.
A professora
Amanda Gurgel também veio comemorar o aniversário e alertou aos
presentes que sua militância não havia começado na internet. “Eu
estive no congresso que fundou a Conlutas e no congresso que fundou a
CSP-Conlutas e desde 2005 não tenho feito outra coisa a não ser
defender a minha categoria”. Amanda lembrou ainda que não é uma
celebridade e sim uma militante da luta dos trabalhadores. Muito
aplaudida, finalizou puxando a palavra de ordem pela educação: “No
twitter ou nas ruas, qual a reivindicação? 10% do PIB para a
Educação”.
Quem representou
a organização parceira nas lutas há muitos anos, a Pastoral Operária,
foi Paulinho Pedrini, que lembrou que também a acompanha a trajetória
da Central e saudou o aniversário de 1 ano. Paulinho aproveitou para
falar da importância da luta contra a construção da usina de Belo
Monte que vai afetar pelo menos 40 mil pessoas com a inundação das
pequenas cidades da região, além dos problemas que trará ao meio
ambiente.
Aquele ato
realmente mostrava o quanto a Central vem crescendo na luta dos
trabalhadores brasileiros. Estava presente na mesa representando a CPT
(Comissão Pastroal da Terra) Fábio Lourenço, dirigente do Sindicato
dos Trabalhadores de Anapu (PA), cidade onde foi assassinada a Irmã
Doroty. O sindicato não é filiado à Central, mas seu representante
havia vindo para o debate do dia anterior na reunião da Coordenação
Nacional, para discutir a questão agrária no Brasil, quando a votação
do Novo Código Florestal imputa um retrocesso na questão agrária no
país e cuja expressão imediata é o assassinato de cinco trabalhadores
rurais em uma semana. Fábio saudou a Central por ter encontrado ali
uma organização que defende a luta dos povos das florestas.
O MST foi
representado por Simone que parabenizou o 1 ano da Central em nome de
sua organização, convidou a todos para participar da marcha pela
retomada das terras públicas, no próximo dia 18, e finalizou
denunciando as mortes no campo e chamando a luta: “A cada assassinato
na classe trabalhadora, nenhum minuto de silêncio, mas uma vida de
luta”.
Zé Maria de
Almeida, que estava desde a fundação da Conlutas, representou PSTU,
reforçando que a Central é pequena, mas é capaz de abraçar os desafios
que estão postos no momento para a classe trabalhadora, salientou
ainda a importância da direção na luta dos trabalhadores. “Temos [os
trabalhadores] grandes desafios pela ausência de direção de lutas
aqui, na Europa, em tantos lugares. Por isso, precisamos ter dimensão
dos nossos desafios, precisamos de direções capazes de direcionar
essas lutas”.
Atnágoras
finalizou o ato resgatando a importância da luta internacional e
informando que dirigentes da CSP-Conlutas, naquele momento, estavam
viajando para outros países se solidarizar com as lutas
internacionais. “Dirceu Travesso e Clara Saraiva, dirigente da Anel,
estão no Egito num congresso de trabalhadores e amanhã o companheiro
da Executiva, Cacau, e os dirigentes da construção civil de Fortaleza,
Zé Batista, e do Pará, Cléber Rabelo, irão para França para o
congresso do Solidarité, uma organização de luta dos trabalhadores
franceses”.
Para encerrar, a
dirigente do Sepe, Vera Nepomuceno, leu uma poesia de Atnágoras sobre
a história da CSP-Conlutas e da luta dos trabalhadores emocionando o
plenário.
Um vídeo, exibido
após o ato, resgatou a história da Central. Em cada imagem uma luta
foi mostrada, desde as cidades, as categorias, os locais de trabalho,
as escolas; em cada lugar desse país. Como havia frisado Zé Maria, o
vídeo mostrou que a CSP-Conlutas é pequena, mas é capaz de abraçar os
desafios de luta que estão postos nesse momento. Cada um que se viu
naquele vídeo, que viu sua categoria sentiu-se recompensado por lutar.
Quando a cantora
Cida Lobo e sua banda entraram no palco, os convidados se animaram e
muitos dançaram durante todo o show, numa festa que se encerrou a meia
noite, já que no dia seguinte parte dos presentes continuavam os
debates no último dia da reunião da Coordenação Nacional.
Fonte:
CSP Conlutas