Aterro sanitário junto ao campus da UFRRJ vira alvo de críticas em
sessão que celebrou centenário da instituição no Senado Federal
Um dos estabelecimentos pioneiros na fixação das bases do ensino
agropecuário no Brasil, a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
(UFRRJ) recebeu na manhã desta segunda-feira (9) as homenagens do
Senado pelo seu centenário. Os discursos foram marcados por elogios ao
ensino oferecido pela instituição e por críticas às dificuldades
enfrentadas pelo Brasil para democratizar a educação.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse não ver outra saída para o
país que não seja uma luta nacional em favor de escola de qualidade
para todos. De acordo com o parlamentar, socialismo hoje é lutar para
que o filho do trabalhador tenha acesso à mesma escola frequentada
pelo filho do patrão. O senador também recomendou a criação de uma
carreira nacional para o magistério.
O reitor Ricardo Motta Miranda aproveitou a sessão para condenar a
ideia de se instalar um aterro sanitário em Seropédica, município onde
se localiza o campus principal da universidade. Ele afirmou que o
aterro levará diariamente toneladas de lixo para as proximidades da
UFRRJ, caracterizando um inaceitável crime ambiental. E afirmou que
lutar contra este aterro é lutar pelo direito de a universidade
continuar existindo e completar outros centenários.
A sessão foi solicitada pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que
presidiu os trabalhos. Também falaram na solenidade os senadores
Cristovam Buarque e Gleisi Hoffmann (PT-PR). Além do reitor da UFRRJ,
participou da homenagem o reitor José Geraldo de Sousa Júnior, da
Universidade de Brasília (UnB).
Estiverem presentes ainda o presidente da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Guimarães;
o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), José Roberto Peres; o suplente do senador José Sarney
(PMDB-AP), Jorge Nova da Costa; o deputado estadual do Rio de Janeiro
Zaqueu Teixeira, e o presidente do Diretório Central dos Estudantes da
UFRRJ, Cléber Vinicius.
A universidade
Criada pelo Decreto 8.319/1910, assinado pelo presidente Nilo Peçanha,
a UFRRJ foi inaugurada oficialmente em 1913 e estabeleceu as bases do
ensino agropecuário no país. A atual denominação da instituição veio
com a Lei 4.759/65. Desde 1968, a UFRRJ é uma autarquia, e seu
estatuto, aprovado em 1970, possibilitou a ampliação das áreas de
ensino, pesquisa e extensão e também o sistema de cursos em regime de
créditos.
Além dos cursos de graduação, mestrado e doutorado, a UFRRJ oferece
cursos de especialização lato sensu em gestão e estratégia no setor de
agronegócios, bem como cursos de graduação à distância. Atualmente, a
universidade tem 41 cursos de graduação presenciais nas áreas de
ciências exatas, humanas e biomédicas e 19 de pós-graduação (mestrado
e doutorado).
Fonte: Teresa Cardoso e Helena Daltro Pontual/ Agência Senado