ANDES-SN reitera posição contrária à MP 520 em seminário da Fasubra
Sindical
O
ANDES-SN manifestou posição contrária à Medida Provisória 520, que cria a
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares S. A., durante seminário
realizado pela Federação de Sindicatos de Trabalhadores em Educação das
Universidades Brasileiras - Fasubra Sindical, nos dias 23 e 24/2, em
Brasília. “Nossa única alternativa é lutar de forma contundente contra a MP
520 e toda a lógica que a cerca, que é a lógica da privatização da educação
e da saúde”, afirmou a 3ª tesoureira do ANDES-SN, Maria Suely Soares, que
representou o Sindicato Nacional no evento.
De
acordo com ela, o ANDES-SN reafirmou, no seu último congresso, realizado de
14 a 21/2, em Uberlândia, o combate à MP 520, a partir da luta unificada com
as demais entidades representativas dos servidores públicos, dos
trabalhadores e da sociedade brasileira usuária dos hospitais
universitários. “Precisamos sensibilizar a sociedade para a importância
desta luta. Os HU representam, hoje, a maior rede de atendimento de alta
complexidade do país. Eles atendem uma grande parcela da população e, em
muitos lugares, são a única referência para vários tipos de exames e
tratamentos e até mesmo a única alternativa de atendimento público em
situações de risco”, observou.
Maria Suely enfatizou que ANDES-SN e Fasubra, em conjunto com os estudantes,
estão juntos na luta pela Universidade pública e pelos hospitais
universitários desde a época em que atuavam no Movimento pela Reforma
Sanitária, na luta pelos artigos da Constituição de 1988 que deram origem ao
Sistema Único de Saúde. Ela avalia, inclusive, que as duas entidades e o
movimento estudantil são responsáveis diretos pela universidade brasileira
ainda se manter pública e pelos HU terem sido preservados como espaços de
ensino-pesquisa e extensão. “Os HU assumiram uma importância imensa para a
saúde pública, mas não podemos esquecer que eles são fundamentais para o bom
desenvolvimento do tripé ensino-pesquisa-extensão, que garante a qualidade
da universidade pública. Esta é, aliás, o principal motivo da própria
criação dos HU”.
Ela acrescenta que o ANDES-SN pretende implementar ações conjuntas com a
Fasubra, movimento estudantil, outros sindicatos e sociedade e movimentos
sociais na luta contra a MP 520 e a privatização da saúde e da educação.
Aprovou ainda no seu 30º Congresso, integrar-se à Frente Nacional em Defesa
do SUS e buscar apoio parlamentar. Lembrou também que o ANDES-SN já vem
implementando esforços, juntamente com o Sindilegis e outros sindicatos,
para buscar o apoio do Ministério Público Federal, da Procuradoria Geral da
República e do Tribunal de Contas da União – TCU .
Efeitos nocivos
De
acordo com a professora, a MP 520 fere a autonomia universitária e o
equilíbrio do tripé ensino-pesquisa-extensão, ao trabalhar com a lógica da
privatização e do produtivismo. Além disso, permite a contratação de pessoal
em regime diferenciado do adotado para os demais servidores públicos, o que
a torna inconstitucional, conforme análise já feita pela Assessoria Jurídica
do ANDES-SN. “As contratações são feitas de forma precária, sem a exigência
de concurso público e com contratos não superiores a dois anos”, explica a
professora.
“Como se não bastasse, a medida permite que funcionários e bens móveis e
imóveis das universidades possam ser cedidos para essa empresa privada, o
que lesa o patrimônio público”, acrescenta ela.
O
seminário reuniu representantes das entidades que reúnem gestores das
universidades, como a Associação Nacional de Dirigentes das Instituições de
Ensino Superior – Andifes e a Associação Brasileira de Hospitais
Universitários e de Ensino - Abrahue. Também participou a senadora Marinor
Brito (Psol/PA) e um representante do Conselho Nacional de Saúde. Este
último já emitiu moção contrária à MP.
Fonte: ANDES-SN
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