ADUFF divulga nota sobre a ocupação da reitoria em Niterói (RJ)
 

Cerca de 500 estudantes ocupam a reitoria da UFF desde quarta-feira (1/9), após a interrupção da sessão do Conselho Universitário - CUV. Os estudantes já tinham ocupado a reitoria na semana passada, mas foram expulsos pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar. 

Nessa quarta-feira, depois de mais uma interrupção de sessão do Conselho Universitário pelo vice-reitor, Prof. Sidney Mello, os estudantes dirigiram-se para a reitoria, e iniciaram a ocupação. Desde os momentos seguintes à ocupação, o reitor Roberto Salles ordenou o corte de água e luz no prédio da reitoria, mas os estudantes resistem. Mais uma vez, vemos a tentativa do governo de criminalizar os movimentos sociais da Universidade.

Em nota pública divulgada nesta sexta-feira, a reitoria é maliciosa e falta com a verdade. Em primeiro lugar, ao afirmar que os estudantes “se apropriam de prédio público”. Ninguém pretende se apropriar do prédio da reitoria. A atitude dos estudantes é uma forma legítima de luta, diante da omissão da reitoria em relação às péssimas condições da UFF.

Em seguida, a nota diz que “a administração da Universidade somente abrirá qualquer possibilidade de diálogo após a total desocupação do prédio da Reitoria”. Aqui, percebemos uma total inversão dos fatos. Justamente a absoluta falta de diálogo e de democracia da reitoria que levaram os estudantes a optarem pela ocupação. Como afirmamos em nosso último editorial, o reitor dirige a Universidade de forma autoritária, esvaziando a principal instância decisória (o Conselho Universitário, CUV), e negando-se a dialogar com as entidades representativas dos três segmentos (ADUFF, Sintuff e DCE).

E, ainda, a nota da reitoria exalta a UFF pelo fato de ter “o maior plano de expansão entre as universidades federais do País”. Não negamos que a UFF vive um grande processo de expansão; pelo contrário, apontamos que esse processo tem sido altamente precarizado. Gostaríamos que a administração revelasse o número de docentes e servidores técnico-administrativos admitidos ao longo desse processo de expansão. E o espaço físico e infra-estrutura ampliados. Porque o que vemos, seja nas salas de aula de Niterói, ou nos pólos no interior, são salas de aula lotadas, disciplinas sem professores, aulas em contêineres, ausência total de assistência estudantil. Mais uma vez, reafirmamos a importância de expandir a Universidade pública, mas ressaltamos que essa expansão precisa ser feita sem ferir a qualidade da educação e as condições de trabalho de docentes e técnicos.

Por fim, manifestamos todo apoio à luta dos estudantes, que é também a nossa luta, em defesa da Universidade pública, gratuita e de qualidade.

 

Diretoria da ADUFF - SSind
Niterói, 2 de setembro de 2011.

 


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