Ranking revela universidades líderes na América Latina
Estudo mediu a produção científica de quase 500 instituições de educação superior na América Latina e Caribe. Brasil, México, Argentina e Chile, nesta ordem, são os líderes da produção científica, segundo o Ranking Iberoamericano SIR 2010, que inclui universidades da América Latina, Caribe, Espanha e Portugal. Duas universidades do Brasil (Universidade de São Paulo e Universidade de Campinas) e uma do México (Universidade Nacional Autônoma do México, UNAM) são as mais produtivas cientificamente. Quatro países da América Latina e do Caribe produzem quase 90% do desenvolvimento científico universitário, de acordo com um estudo divulgado no dia 1° de junho. Mas quase metade das universidades da região não publicam suficientemente, diz o mesmo estudo que mediu a produção científica de quase 500 instituições de educação superior na América Latina e Caribe. Brasil, México, Argentina e Chile, nesta ordem, são os líderes da produção científica, segundo o Ranking Iberoamericano SIR 2010, que inclui universidades da América Latina, Caribe, Espanha e Portugal. O Uruguai é o 11° colocado no ranking. O estudo – lançado na internet durante o Encontro de Reitores de Universidades, em Guadalajara, México, reunindo mais de mil dirigentes desses países – revelou que duas universidades do Brasil (Universidade de São Paulo e Universidade de Campinas) e uma do México (Universidade Nacional Autônoma do México, UNAM) são as mais produtivas cientificamente. Essas instituições de educação superior produziram cerca de 38 mil, 15 mil e 17 mil artigos científicos, respectivamente, no período entre 2003 e 2008. Uma universidade de Porto Rico e outra da Colômbia estão entre as primeiras 30 instituições. O informe, liderado por investigadores da Espanha, Portugal, Argentina e Chile, considera aquelas universidades que publicaram ao menos um artigo científico em qualquer das 17 mil publicações científicas avaliadas por pares que fazem parte da base de dados Scopus de Elsevier. Os indicadores são quantitativos e qualitativos: produção científica, colaboração internacional, qualidade científica avaliada como a relação entre as citações recebidas por uma universidade e a citação média mundial e, por último, o percentual de publicações em 25% das melhores revistas do mundo. Somente cinco universidades, todas do Brasil, obtiveram um número de citações acima da medida mundial. “O que se pode dizer com toda propriedade é que América Latina e Caribe são, junto com a região asiática, uma das regiões do mundo que está crescendo mais rapidamente em termos de produção científica”, disse Félix de Moya, pesquisador do Conselho Superior de Investigações Científicas da Espanha (CSIC), e principal pesquisador do estudo. “Mas o mesmo não está ocorrendo no que diz respeito à qualidade dos resultados obtidos, avaliada pela média das citações recebidas por documentos publicados. Esse é um fenômeno de certa complexidade que se deve a fatores relacionados com a reputação, as comunicações e, sobretudo, os recursos”, acrescentou. Referindo-se ao informe completo que mediu a produtividade de 607 universidades da Íberoamérica, Atílio Bustos, membro do Grupo de Investigação de Scimago e professor da Pontifícia Universidade Católica de Valparaíso, Chile, disse que “o que surpreende é que metade das universidades, 300, quase não fazem ciência. Não digo que precisem ser intensivas na pesquisa,mas pelo menos publicar 20 artigos científicos por ano”.
Mario Albornoz,
coordenador internacional da Rede de Indicadores de Ciência e Tecnologia
Iberoamericana e Interamericana (RICYT), com sede em Buenos Aires, chamou a
atenção para o fato de os dados terem sido apresentados de forma acumulada
para o período 2003-2008. “Um agregado tão importante pode ocultar fenômenos
interessantes em uma região de marcadas flutuações, como é a América
Latina”, observou. “Em particular, instituições de menor tamanho e forte
crescimento relativo no período podem ser prejudicadas no ranking geral, ao
não registrar esse movimento, mas só o percentual do total acumulado. É mais
proveitoso observar tendências, como o aumento ou queda da produtividade
científica ao longo de cinco anos, ao invés de volumes totais de produção
acumulada”, disse Albornoz. Tradução: Katarina Peixoto Fonte: Carta Maior, [Uy.Press - Ag. Uruguaia de Notícias], 15/6/2010.
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