Torta no rosto do reitor

 

O reitor da Universidade de Brasília, Lauro Morhy, foi atingido por uma torta, na manhã de ontem, durante seminário sobre exclusão social realizado no auditório da Reitoria, O reitor dividia a mesa com o senador Cristovam Buarque e com outras autoridades, quando um homem de paletó preto se aproximou e lançou a torta no rosto do reitor.

O manifestante distribuía um folheto aos palestrantes com o manifesto de excluíd@s, protestando contra a "democracia fajuta que mantém a comunidade universitária excluída das decisões que dizem respeito a todos". Quando foi a vez do reitor receber o papel, o homem jogou a torta. Logo após, ele distribuiu o resto dos folhetos e saiu do auditório.

Morhy se retirou da palestra, trocou de roupa e voltou sem comentar o fato. O manifestante fazia parte da organização Confeiteir@s sem Fronteiras, grupo famoso por atirar tortas em personalidades públicas. Uma de suas vítimas foi o presidente nacional do PT, José Genoíno, em 2003.

O Diretório Central dos Estudantes protestava durante o seminário contra as últimas deliberações do Conselho Universitário, mas garante que não ter relação com o ato. "Ficamos surpresos com a ação. Mas isso é o reflexo da indignação da comunidade acadêmica contra as últimas decisões do reitor", afirmou o coordenador-geral do DCE, Artur Antônio.

O grupo Confeiteir@s sem Fronteiras assumiu o atentado-tortada em seu site na internet e divulgou o manifesto, no qual afirma que "democracia não se aprende na Universidade". Sobre Lauro Morhy, o manifesto e diz que "Ironicamente, nosso querido Reitor vêm a público para falar de exclusão. Esse mesmo reitor que exclui do processo eleitoral universitário dois setores sem os quais não haveria Universidade. Esse Reitor que coloca grades nas portas da UNB, impedindo que ela seja de todas as cidadãs e cidadãos. Esse Reitor que trabalha para a privatização da universidade pública."

Após a tortada, o senador Cristovam Buarque fez sua palestra no seminário e, nela, afirmou que "a universidade não deve ser para todos, mas sim para os melhores". Além do ex-ministro e do atual reitor compunham a mesa o bispo dom Tomás Balduíno, presidente do Conselho Indigenista Missionário, um representante da ONU, Luiz Varezza, e o professor Antonio Carlos Lessa.

 

Fonte: Jornal do Brasil, 05/05/2005.


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