Mais de 2,6 mil morrem anualmente por tabagismo passivo, diz pesquisa

 

 

Mulheres representam 60,3% das mortes entre não-fumantes.
Apenas pessoas com 35 anos ou mais foram alvo do estudo.
 

Pelo menos 2.655 [7,3/dia] não-fumantes morrem a cada ano no Brasil por doenças vinculadas ao tabagismo passivo, segundo informou, nesta sexta-feira (22), o estudo “Mortalidade atribuível ao tabagismo passivo na população brasileira”, realizado por pesquisadores do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e do Instituto de Estudos de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 

De acordo com a pesquisa, ao menos sete brasileiros morrem diariamente por doenças provocadas pela exposição passiva à fumaça do tabaco. A maioria das mortes ocorre entre mulheres (60,3%). 

Na pesquisa, que estimou o número e a proporção de óbitos, foram consideradas apenas as três principais doenças relacionadas ao tabagismo passivo: câncer de pulmão, doenças isquêmicas do coração e acidentes vasculares cerebrais. 

O estudo considera como fumantes passivos as pessoas que nunca fumaram e que moravam com pelo menos um fumante no mesmo domicílio. Apenas pessoas com 35 anos ou mais foram alvo do estudo. Fumantes e ex-fumantes não fizeram parte da população avaliada.

De cada 1.000 mortes por doenças cérebro-vasculares, 29 são atribuíveis à exposição passiva à fumaça do tabaco. A proporção é de 25 para 1.000 no caso de doenças isquêmicas e de 7 para 1.000 mortes por câncer de pulmão. 

Os óbitos de mulheres são de 1,3 a 3 vezes mais elevados que os de homens. Das 2.655 mortes, 1.601 foram de mulheres. A faixa etária que registra maior ocorrência, tanto em homens quanto em mulheres, é de 65 anos ou mais. 

De acordo com o Inca, o “Inquérito Domiciliar Sobre Comportamentos de Risco e Morbidade Referida de Doenças e Agravos não Transmissíveis”, realizado em 15 capitais brasileiras e Distrito Federal pelo Inca e pela Secretaria de Vigilância em Saúde em 2003, serviu como fonte para a pesquisa. A população de estudo do Inquérito foi representada por 23.457 indivíduos, residentes em 10.172 domicílios.

 

Fonte: G1, 22/8/2008.


 

MPF quer tirar fotos de 'advertência' de maços de cigarro

 

Procurador diz que imagens trazem cenas chocantes e demonstram falta de respeito.
Para ele, não há comprovação de que medida estimule as pessoas a parar de fumar.
 

O Ministério Público Federal (MPF) em Santa Catarina entrou nesta quinta-feira (24) com uma ação civil na Justiça contra a União e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para desobrigar os fabricantes de cigarros buscar de utilizar imagens de "advertência" nos maços e em propagandas. Segundo o MPF, o procurador João Marques Brandão Neto alega que as fotos atingem o fundamento constitucional da dignidade da pessoa humana. 

Para Neto, as imagens trazem cenas chocantes e demonstram falta de respeito com todos. "Como a campanha foi estendida para além das embalagens de cigarro, ao entrar em qualquer lanchonete, loja de conveniência, restaurante ou bar, os cidadãos são aterrorizados pela foto de um cadáver com o crânio rachado ou um feto morto dentro de um cinzeiro", afirma. 

De acordo com o MPF, o procurador defende que não há qualquer comprovação de que a medida estimule as pessoas a parar de fumar. Afirma ainda que, como o uso do cigarro não é proibido, o Poder Público não pode encará-lo como atividade ilícita ou tratar os fumantes como se fossem inferiores. Na visão dele, há rigor contra o cigarro e permissividade com as bebidas alcoólicas, cujos riscos não estariam sendo alertados pela Anvisa.

 


Fortes imagens estampam embalagens de cigarro 
(Foto: Divulgação/ Ministério da Saúde)

 

Fonte: G1, Ag. Estado, 24/7/08.

 

 


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