Questão de ordem na informática

 

Definições do MEC esclarecem dúvidas sobre denominação, grade curricular, abrangência e campo de atuação das graduações da área  

Com o grande desenvolvimento da área de ensino superior de informática, principalmente nos últimos dez anos, os cursos do gênero proliferaram em todo o país, gerando uma certa desorganização no setor. Como não existia nenhum tipo de padronização, os estudantes interessados em seguir carreira na área encontravam uma grande quantidade de cursos que possuíam a mesma denominação, mas com currículos completamente diferentes, e outros cursos que possuíam currículos semelhantes, embora com denominações distintas. A diversidade fez soar o alarme em Brasília. Partindo da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que impôs a elaboração de Diretrizes Curriculares para todos os cursos superiores, o Ministério da Educação (MEC) implementou medidas para adequar os cursos de computação e informática. De início, montou a Comissão de Especialistas de Ensino de Computação e Informática (CEEInf), encarregada de definir as diretrizes. "Praticamente todas as outras áreas já possuíam seus currículos mínimos, mas a de computação não. E como se tratava do primeiro instrumento legal, tivemos também de organizar a área e definir conceitos", explica o professor Daltro José Nunes, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), membro da Comissão de Especialistas. As Diretrizes Curriculares foram elaboradas em 1999, conforme Edital n. 4 do MEC, e encontram-se, agora, em processo final no Conselho Nacional da Educação (CNE). Depois de diversos debates, encontros, pesquisas e estudos, a CEEInf chegou à conclusão de que os cursos de informática e computação devem ser divididos em quatro grandes categorias:

1. Cursos que têm, predominantemente, a computação como atividade fim. Isto é, que visam à produção e ao desenvolvimento da informática. Dentro dessa categoria, as denominações recomendadas são Ciência da Computação e Engenharia da Computação.

2. Cursos que têm, predominantemente, a computação como atividade meio. Isto é, que utilizam a informática para viabilizar atividades de quaisquer outras áreas do conhecimento. A denominação recomendada pelo MEC é Sistemas de Informação.

3. Cursos denominados Licenciatura em Computação, para formar professores de informática para os ensinos fundamental, médio e técnico.

4. Cursos de Tecnologia e Seqüenciais. Por serem cursos rápidos e específicos, as faculdades podem escolher a denominação, desde que seja coerente com o curso oferecido, como curso Seqüencial de Redes de Computadores, por exemplo (leia quadro com características dos cursos).

Por isso, os cursos de graduação e licenciatura com denominações antigas como: Processamento de Dados, Bacharelado em Informática, Engenharia de Produção de Software, Bacharelado em Computação, Bacharelado em Ciências da Informática, Bacharelado em Análise de Sistemas, Tecnologia em Informática, Licenciatura em Informática, Engenharia de Informação, Engenharia de Processamento de Dados, Engenharia de Software, entre outros, deverão fazer a devida adequação para se ajustar à recomendação do MEC. O professor Daltro Nunes lembra que não há imposição legal do Ministério para que as faculdades façam a adequação. "Porém, para obter autorização de funcionamento e reconhecimento dos cursos, eles devem estar compatíveis com as novas diretrizes curriculares", comenta. Segundo ele, são muitas as instituições que já estão se adequando ao novo regime. "A grande vantagem está na organização da área. Finalmente, curso e denominação passam a ter coerência. Para os estudantes e para o mercado também será melhor, pois o nome do curso já identificará o perfil geral do profissional. Antes, quando falávamos em curso de Ciência da Computação, o perfil do aluno poderia ser qualquer um, ou seja, era um nome fantasia", diz.  

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Fonte: Revista Ensino Superior, Edição Nº 55 - Adriana Macedo .



 

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