PREVIDÊNCIA Notícias (30/04), (02/05), (05/05), ...
|
O presidente da Associação Nacional dos Servidores da Previdência Social (Anasps), Paulo César de Souza, diz ter certeza que os pontos mais polêmicos da reforma da Previdência, como a taxação de inativos e o teto único de R$ 2.400, não serão aprovados no o Congresso, como o governo federal planeja. Em entrevista ao Agora São Paulo, Souza disse que, se for preciso, os servidores que trabalham no INSS deixarão de repassar ao governo a arrecadação vinda de empresas, o que representa R$ 4,1 bilhões por mês, como uma forma de pressionar o governo e o Congresso. Souza disse que os servidores foram "pegos de surpresa" pelas propostas da reforma da Previdência do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. "O PT está sendo a favor de tudo que era contra na época do FHC. Faz até pior", afirmou ele. Segundo ele, a Anasps, que reúne 53 mil dos 88 mil servidores da Previdência Social, vai resistir de toda forma à reforma. "Vamos entrar na Justiça contra a taxação dos inativos e contra o reajuste de miséria que o Lula nos deu." Souza promete "parar o país" em protesto. Ele diz, no entanto, que não haverá paralisação dos trabalhadores da Previdência. "Nós vamos continuar atendendo o aposentado, mas vamos parar a arrecadação do INSS, onde dói no bolso do governo. Tudo o que for arrecadado pelos servidores da Previdência não será repassado para o governo, que terá de recuar com a sua reforma", ameaça Souza. Resposta O ministro Ricardo Berzoini (Previdência Social), diz ter ficado surpreso com a ameaça dos servidores. "Eu não gostaria nem de comentar uma proposta como essa, porque isso significaria uma atitude ilegal por parte daqueles que, até hoje, vêm cumprindo com notável empenho as funções públicas", afirmou Berzoini. Fonte: Agora São Paulo - 30/04/2003 Sindicatos cogitam greve contra a reforma previdenciária
Representantes
das principais centrais sindicais do país que estiveram reunidos ontem com o
ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, se comprometeram a apoiar a
reforma tributária, mas não a previdenciária. Eles prometem lutar contra o
projeto do governo e cogitam até uma greve. Fonte: Folha de São Paulo - 30/04/2003 OAB pede abertura de "caixa-preta" da Previdência A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou nota oficial hoje em tom de guerra criticando a proposta de taxação de inativos que consta no texto de reforma da Previdência a ser entregue pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso Nacional nesta tarde. Assinada pelo presidente da entidade, Rubens Approbato Machado, a nota pede também a abertura da "caixa-preta" da Previdência, em crítica à declaração de Lula, que em 22 de abril pediu que se abrisse a "caixa-preta" do Judiciário, como uma forma de se combater a violência. A frase do presidente causou reação negativa de juízes, como o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio de Mello, e da própria OAB. Foi interpretada como interferência do Executivo em questões do Judiciário. Approbato defende uma auditoria na Previdência, questiona os números apresentados pelo governo sobre o déficit no setor e usa termos como saber "as armas de destruição de massas do inimigo" para evitar "vítimas inocentes". Segundo a nota, que defende a realização das reformas, a proposta na área tributária repete os erros das tentativas de mudança de governos anteriores -"não sai da intenção"-, e não altera a incidência de impostos em vários setores da cadeia produtiva. Leia a íntegra: "No momento em que o governo envia ao Congresso Nacional as propostas de reformas tributárias e previdenciárias, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vem a público manifestar sua preocupação com o encaminhamento dessas discussões. 1. Não se questiona, diante da gravidade do quadro econômico, a necessidade dessas reformas, bem como a sua urgência. A tributária, por exemplo, atinge indistintamente toda a cadeia de produção, mas sempre foi postergada ao prazer do agente arrecadador -o governo. Quanto mais impostos, menos o interesse das autoridades econômicas, de ontem e de hoje, de simplificar o sistema, o que ficou demonstrado com a continuidade da cobrança da CPMF, o "imposto do cheque", cujo "P" de "provisório" passou a ser de "permanente". Enquanto o governo não sai da intenção, os brasileiros amargam uma das mais pesadas e injustas cargas tributárias do planeta. 3. É preciso abrir a caixa-preta do déficit da Previdência, que tem revelado apenas números alarmantes e grosseiramente manipulados para se passar à sociedade uma imagem negativa. Antes que cause vítimas inocentes, é preciso mostrar onde estão as armas de destruição de massas do inimigo. Estudos como base em dados do próprio governo revelam que o sistema de Seguridade Social, aí incluída a Previdência, registra, ao contrário, superávit. O que não transparece à opinião pública é o fato de os recursos excedentes continuarem sendo utilizados para pagamentos de juros da dívida brasileira. 4. A Ordem dos Advogados do Brasil defende uma AUDITORIA, realizada por instituições diretamente ligadas a essa área, nas contas da Previdência. Com urgência e transparência, para que toda sociedade saiba como e onde o dinheiro de sua aposentadoria está sendo usado. A Previdência possui um papel social importante de fixação do homem no campo e de distribuição de renda, graças à Constituição Federal de 1988, que criou o conceito de Seguridade Social. Ao mesmo tempo, estima-se que existam, atualmente, 40 milhões de pessoas fora do sistema previdenciário e que, no futuro, não poderão se aposentar. 5. Os brasileiros que elegeram o atual governo deram seu voto de confiança em um projeto de mudanças. Mudança, sobretudo, na postura de uma política econômica que nos últimos anos colocou o capital externo num plano superior ao das necessidades básicas da população. Necessidades estas, dentre outras, de educação, de saúde, de segurança, de trabalho. Não é só o Presidente da República que precisa andar de cabeça erguida. Como no passado, a nossa gente continua falando de lado e olhando para o chão. Rubens Approbato
Machado Fonte: Correio Braziliense - 30/04/2003 TST divulga devedores do INSS
Nove membros
do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do governo são diretores
ou presidentes de empresas cujas dívidas no INSS chegam a R$ 1,3 bilhão
(valor de 2000). A lista, sem identificação de autoria ou fonte, foi enviada
ao procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro. Os remetentes são o
procurador-geral junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado,
e o presidente do Sindicato dos Servidores do Legislativo (Sindilegis),
Ezequiel Sousa do Nascimento. Os nomes dos membros do conselho ligado à Presidência da República listados, as empresas a que são vinculados e os montantes de seus débitos junto ao INSS são os seguintes: Roger Agnelli (Vale do Rio Doce, R$ 392 milhões); Roberto Egydio Setúbal (Banco Itaú, R$ 380,5 milhões); Fernando Xavier Ferreira (Telesp, R$ 291 milhões); Miguel João Jorge Filho (Santander/Banespa, R$ 162 milhões); Márcio Artur Cypriano (Bradesco, R$ 162 milhões); Daniel Feffer (Suzano de Papel e Celulose, R$ 23,7 milhões); Fábio Colleti Barbosa (ABN/Bank-Real, R$ 15,8 milhões); José Cutrale (Sucocítrico Cutrale, R$ 13,6 milhões); Alain Belda (Alcoa, R$ 10,4 milhões). O mesmo documento tornado público pelo presidente do TST afirma que o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, ''deixou a presidência da Sadia para assumir a pasta em momento no qual a empresa deve à autarquia previdenciária R$ 71.833''. No ofício, o procurador da República junto ao TCU e o presidente do Sindilegis pedem ''uma profunda auditoria contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial no INSS'', tendo em vista que o governo federal ''alarmou a opinião pública, com a existência de um crescente déficit no sistema previdenciário''. O presidente do Sindilegis, ao saber que o teor do documento foi exposto no site do TST, elogiou ''a coragem'' do ministro Francisco Fausto, e comentou, com relação à lista dos devedores do INSS: - Não é possível que o governo Lula decida amputar o seu passado, a tal ponto de ouvir conselho dessa gente - afirmou Fausto. Fonte: Jornal do Brasil - 30/04/2003 |
|