Economia do Brasil
cresceu 2,9% em 2006
A
agropecuária teve um crescimento de 3,2% no ano. Crescimento do PIB em 2006 ficou em 2,9%, ligeiramente acima dos 2,3% registrados no ano anterior. O resultado ficou pouco acima da previsão de 2,7% feita pelo mercado financeiro, mas abaixo do esperado pelo governo e dos resultados já apresentados por outros países. O Banco Central, por exemplo, estimava uma expansão de 3%. Já a expectativa do Ministério da Fazenda era de um aumento de 3,2%. Anteriormente, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, órgão ligado ao Ministério do Planejamento), já tinha revisado para baixo a previsão de crescimento da economia para 2,8%. O resultado divulgado pelo Intituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (28), no entanto, será revisado daqui a um mês. Isso porque o instituto fará mudança na forma de calcular o PIB. Com isso, haverá alteração em todos os números publicados desde 1995. Os dados divulgados agora mostram que houve recuperação no final do ano. No quarto trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas do país) cresceu 3,8%, na comparação com o mesmo período de 2005, e 1,1% em relação ao trimestre anterior. Pelas previsões da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), o Brasil deve ter reprisado em 2006 o penúltimo lugar no ranking de crescimento econômico da América Latina verificado no ano anterior, atrás apenas do Haiti (2,5%). A Argentina cresceu 8,5% em 2006, enquanto a Venezuela expandiu-se em 10,3%. A previsão da Cepal é de 7,3 % para o Uruguai e de 4% para o Paraguai. A diferença do Brasil também é grande em relação ao grupo de economias emergentes consideradas de grande potencial: a economia da China avançou 10,7% em 2006, a da Rússia cresceu 6,8% e a da Índia deve avançar, segundo previsão do governo, 9,2%. Setores da economia Entre os componentes do PIB, a agropecuária teve um crescimento de 3,2% no ano, recuperando-se em relação ao ano anterior, quando havia crescido 0,8%. A indústria cresceu 3%. A maior alta ocorreu no setor extrativo mineral (5,6%), que inclui a área de petróleo e outros recursos naturais. Em seguida, vieram a construção civil (4,5%) e os serviços industriais de utilidade pública (3,3%). A indústria de transformação teve elevação de 1,9%. Entre os serviços (2,4%), as maiores elevações foram registradas no comércio (4%) e instituições financeiras. O setor de comunicações foi o único com variação negativa (-0,9%). O resultado também mostrou aumento de 3,8% no consumo das famílias brasileiras, crescendo pelo terceiro ano consecutivo, favorecido pela elevação da massa salarial e do crédito. O consumo do governo teve crescimento de 2,1%; e o investimento cresceu 6,3% em relação a 2005. Em relação ao comércio exterior, as exportações cresceram 5% e as importações tiveram elevação de 18,1%. O PIB per capita teve crescimento real de 1,4% no ano passado. Revisão dos dados A mudança na forma para calcular indicadores econômicos tem como objetivo atualizar a pesquisa e refletir melhor as mudanças na economia. Haverá mudanças, por exemplo, nos pesos dados a cada atividade econômica e a incorporação de novos dados. A expectativa de analistas econômicos é que a mudança eleve a variação do crescimento econômico brasileiro não apenas de 2006, mas também de anos anteriores. O IBGE diz que não é possível saber se o novo resultado, que será divulgado em 28 de março, será maior ou menor que o apresentado hoje.
Fonte: G1. Com informações da Reuters, 28/2/2007. IBGE muda cálculo e Brasil terá dois PIBs
As
mudanças incluem todos os anos desde 1995. O ano de 2006 terá duas taxas para o Produto Interno Bruto (PIB). A primeira será divulgada na quarta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas a variação constatada será válida por apenas um mês. No dia 28 de março, será apresentado um novo PIB do País para o ano passado, que será considerado oficial. A expectativa de analistas econômicos é que a mudança eleve a variação do crescimento econômico brasileiro não apenas de 2006, mas também de anos anteriores. A situação inusitada da apresentação de dois PIBs para um mesmo ano (no espaço de um mês) ocorrerá por causa da mudança na metodologia de cálculo do indicador. Será a transformação técnica mais profunda já ocorrida na contabilidade do desempenho da economia do País. Segundo o coordenador de Contas Nacionais do IBGE, Roberto Olinto, as mudanças - incluindo não só 2006, mas todos os anos desde 1995 - não serão de grande magnitude e não deverão mudar a avaliação sobre o desempenho econômico. Mas o economista do banco ABC Brasil, Luis Otávio Leal, acredita que “haverá muitas surpresas” em relação a dados anuais do PIB já divulgados. Para ele, a nova metodologia poderá levar a revisões nas análises feitas sobre os desempenhos da economia em governos anteriores, inclusive no primeiro mandato do governo Luiz Inácio Lula da Silva. “Talvez as previsões de crescimento de 2,7%, 2,8% para o PIB de 2006 não se concretizem e a expansão, com a nova metodologia, seja acima de 3%”, disse. As previsões de mercado apontam para uma expansão do PIB abaixo de 3% em 2006 mas, para Leal, as mudanças na captação de informações “poderão levar a um PIB mais forte”. O argumento é que serão captados com mais eficiência, por exemplo, os dados da construção civil, que respondem por 60% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) e vão ter influência, portanto, nas informações sobre investimentos. “Haverá uma diferença (no segundo resultado), e para cima”, disse Leal. Etapas A divulgação do PIB de 2006 ocorrerá em três etapas. Na quarta-feira, o IBGE divulga o resultado do ano passado e do quarto trimestre, como se não houvesse sido decidida qualquer modificação. No dia 20 de março, provavelmente, será introduzida a nova série com referência no ano 2000 - a anterior tinha como base 1985 -, com todos os novos dados de PIB anuais, de 2000 em diante, e dados revisados de 1995 a 1999. Os dados do início da série, de 1990 a 1994, ficam inalterados. Os dados de 2006 não entram nessa apresentação. Em 28 de março, serão divulgados, enfim, os resultados consolidados, já com a nova série, para o quarto trimestre e o acumulado do ano. Olinto admite que a digestão de tantas mudanças e dados diferentes é complicada até para o instituto. Segundo ele, o lado positivo é que os resultados do PIB serão mais eficientes e vão ter maior abrangência setorial. O ex-secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda e economista da Universidade Federal Fluminense (UFF), Claudio Considera, também acredita que “a qualidade das informações vai ser aumentada” com o novo PIB. Ele destacou, por exemplo, as mudanças nas informações sobre serviços e construção civil, que possibilitarão que a economia esteja espelhada no PIB de forma mais fidedigna. Ele acredita em mudança das taxas já divulgadas, mas não quis arriscar se, em relação ao resultado de 2006, será para baixo ou para cima. Fonte: Ag. Estado, 26/2/2007. Brasil só terá padrão de vida europeu em 2050
País
não conseguirá acompanhar o ritmo de China e Índia. O brasileiro terá de esperar mais meio século para ter o mesmo padrão de vida que um europeu desfruta hoje. Um estudo feito pela consultoria britânica Experian Business Strategies aponta que a renda per capita no País será de US$ 27,1 mil em 2050. China e Índia, que hoje contam com renda inferior à do Brasil, ultrapassarão o País até meados do século. Os chineses, por exemplo, terão um nível de vida três vezes melhor que o do brasileiro. No caso brasileiro, a renda atual de US$ 8,2 mil aumentará em três vezes em 45 anos e atingirá uma marca próxima a dos europeus em 2050. Interpretado de outra maneira, os cálculos mostram que o Brasil está quase 50 anos atrasado em termos de renda da população em comparação aos países ricos. Apesar do crescimento da renda até 2050, o Brasil não conseguirá acompanhar o ritmo de China e Índia. A renda per capita na Índia ficará em US$ 36,2 mil e na China, em US$ 74,4 mil. Atualmente, os chineses contam com uma renda de apenas US$ 6,7 mil. A China, até lá, também se transformará na maior economia do mundo. Mas em termos per capita, os Estados Unidos continuarão bem acima dos emergentes. A renda por americano passará dos atuais US$ 41 mil por ano para US$ 100 mil em 2050. O valor será 350% maior que a renda brasileira. O levantamento aponta que o País deve crescer apenas 3,5% em média por ano até 2050. Segundo as estimativas, Brasil, Rússia, Índia e China (grupo conhecido como Brics) serão responsáveis por 44% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial em meio século. O estudo também destaca que o Brasil é a economia dos Brics que menos cresceu desde 1998. A taxa média anual foi de 2,2%, contra 5,4% da Rússia, 6,6 da Índia e 9,1% na China. Em 1975, esse grupo representava apenas 13% do PIB, contra 27%. Já todos os mercados emergentes representam 50% da economia mundial e, em 2050, terão 78% do PIB se crescerem em média 5,3% por ano. Enquanto isso, a participação dos países ricos vem diminuindo. Passaram de um controle de 66% do PIB mundial em 1975 para 49% em 2005. Até 2050, essa taxa deve ser ficar em 22%. Entre 2002 e 2005, o Brasil também ficou bem atrás da China em captação de investimentos. Enquanto Pequim recebeu US$ 239 bilhões nesse período, o Brasil somou US$ 59,8 bilhões. Segundo o levantamento, o crescimento da economia tem sido “errático e um dos mais baixos entre emergentes”. Para a consultoria, “o desafio será crescer de forma sustentável, gerar empregos e melhor nível de vida. Muito dependerá da manutenção de disciplina econômica e da estabilidade política para conseguir crescer”. Outra conclusão do estudo se refere ao poder de compra dos cidadãos. Com base nesse critério, o PIB brasileiro vale US$ 1,53 trilhão; o da Rússia, US$ 1,58 trilhão; da Índia, US$ 3,66 trilhões; e da China, US$ 8,88 trilhões. Por esses cálculos, o PIB americano seria equivalente a US$ 12 trilhões. Para 2050, portanto, a projeção é de que o PIB brasileiro, calculado com base no poder de compra, seja equivalente a US$ 7,22 trilhões.
Crescimento do Brasil só é maior que o do Haiti na América Latina, diz Cepal O crescimento de 2,9% do PIB Brasileiro em 2006 coloca o Brasil na penúltima posição entre os países que mais cresceram no ano na América Latina. Segundo o estudo mais recente da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), divulgado em dezembro, o país fica à frente apenas do Haiti, cujo crescimento terá sido de 2,5%, segundo estimativas. As projeções foram feitas com base em informações oficiais de cada país. Em primeiro lugar no ranking aparecem Venezuela e República Dominicana, com crescimento esperado de 10%, seguida por Argentina, com 8,5%, Panamá (7,5%), e Uruguai (7,3%). Fonte: O Globo, 28/2/2007.
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