Oportunidades de bandeja
CIEE amplia acesso ao estágio e oferece capacitação para estudantes Você - que começa a sentir na pele a necessidade de pôr em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula e, ao mesmo tempo, está preocupado com o seu desempenho diante do mercado de trabalho - pode contar com um importante aliado: o CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola). Em 42 anos de existência, a instituição filantrópica mantida pelo empresariado nacional tem como maior objetivo encontrar, para os estudantes de nível médio, técnico e superior, uma oportunidade de estágio. Mas o apoio que ele oferece aos jovens vai muito mais longe. Hoje, quem não tem experiência profissional e quer dar aquela turbinada no currículo pode procurar o centro e se matricular nos mais diversos cursos de capacitação existentes. Dependendo da unidade, há como aprimorar o aprendizado de inglês e italiano, até se infiltrar em cursos de "introdução a gestão de projetos". Tudo de graça. Segundo a gerente técnica de estágio do CIEE de São Paulo - que coordena as atividades do centro em âmbito nacional - Sylvana dos Santos Rocha, o trabalho do CIEE veio se tornando mais amplo ao passo que o mercado foi percebendo a necessidade não só de treinar estes jovens no quesito operacional, mas também moldá-los para a vivência que o ambiente profissional exige. E, embora muitos estudantes ainda pensem que o CIEE serve apenas como ponte entre empresa-escola para colocá-los no mercado de trabalho, os cursos de aperfeiçoamento profissional começam a ser difundidos e a obter bastante êxito. "Nosso curso de atualização em Gramática é recorde em procura, tanto por estudantes que estão estagiando, como por jovens que estão à procura de vagas e desejam melhorar o seu desempenho nas entrevistas", diz. Aliás, eis aí um item que coloca muito estudante em stand by nos processos seletivos. "A gente percebe que se saem melhor os jovens que têm um bom português, escrito e falado", alerta. (Confira outras dicas lendo o Manual do estagiário de primeira viagem). Pautado nas dificuldades que os estudantes encontram para conseguir uma colocação é que o CIEE montou seus programas de capacitação. Hoje, há um projeto nacional de treinamento à distância chamado Programa CIEE de Educação a Distância. Por meio dele, jovens cadastrados no site da ONG podem fazer os mais variados cursos, e o melhor: de graça. "Basta preencher o cadastro para ter acesso aos conteúdos", diz Sylvana. Enquanto a EAD ainda não é amplamente difundida e utilizada no Brasil, muita gente pode até torcer o nariz. Afinal, cursinho a distância? A verdade é que a iniciativa é bastante democrática e ajuda a driblar, senão a maior, uma das grandes dificuldades dos universitários de hoje, a falta de tempo. "Sabemos que só no trajeto escola/estágio o estudante perde boa parte do seu dia, daí a idéia de criar um curso a distância para que - por meio de uma tutoria virtual - o estudante possa se preparar para enfrentar as exigências dos bastidores do mercado", explica. (Veja, no rodapé desta matéria, a tabela com a lista de cursos a distância ofertados pelo CIEE). Por todo este trabalho é que o CIEE apresenta números interessantes no que diz respeito ao treinamento e qualificação de jovens aprendizes. No Brasil todo, já foram cerca de seis milhões de jovens inseridos no mercado por meio de programas de estágio. A ONG mantém parceria com 140 mil empresas privadas e órgãos públicos, além de acordos de cooperação com diversas Instituições de Ensino Superior para garantir oportunidade a todos os estudantes cadastrados. "Atualmente, há cerca de 260 mil estudantes em atividade de estágio, o que corresponde a 46% da absorção de universitários", explica Sylvana. Apesar de tudo, a especialista reconhece que não é suficiente. "Hoje, temos cerca de um milhão de jovens em nossa base de dados esperando uma oportunidade", compara. Por dia, são abertas cerca de 5.000 novas de vagas, mas a distribuição por área não é igualitária. Como era de se esperar, estudantes dos cursos como: Direito, Administração, Comunicação Social, Engenharias, Pedagogia e Aquitetura têm mais facilidade para ser inseridos no mercado do que jovens que optam por licenciaturas ou cursos das áreas da saúde. "Nossa maior dificuldade continua sendo na área da saúde, até pelo perfil do curso, dotado de uma carga horária bem mais exigente", lembra Sylvana. Em São Paulo, foram firmadas parcerias com as escolas de Medicina como a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa com o objetivo de inserir os jovens dos cursos de saúde no mercado de trabalho. Além disso, de norte a sul do Brasil, estão sendo estabelecidos acordos com órgãos públicos que, em geral, posssuem boa oferta de vagas para estudantes das licenciaturas em geral. "É preciso ampliar o leque de atuação para garantir chance a uma maior quantidade de jovens", explica. Vagas, cursos + benefícios Com 300 unidades espalhadas por todo o Brasil, além das atividades coordenadas pela gerência nacional, cada uma das filiais estaduais consegue fechar acordos próprios de cooperação com empresas para criar seus cursos de capacitação que atendem a uma demanda específica da região e, ainda, estabelecer parcerias que tragam benefícios imediatos para os estagiários. A filial do CIEE no Rio Grande do Sul é um destes exemplos. Além de diversos cursos de capacitação oferecidos nas unidades do CIEE como: coaching para jovens, curso de dicção e oratória, por exemplo, também há acordos para o ensino/aperfeiçoamento de idiomas como inglês e italiano em organizações filiadas ao centro de integração. Seguem vigentes acordos para a participação de jovens em eventos sobre qualidade, uma iniciativa que partiu da Federação das Indústrias e do PGQP (Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade) para atender uma demanda regional da indústria gaúcha. Por fim, pensando no bem-estar dos estagiários, o CIEE-RS estabeleceu acordos para que eles tenham acesso a assistência médica gratuita ou - para os que quiserem/precisarem de atendimento médico mais especializado - convênio a um preço mais acessível. "Temos um acordo para que os estudantes que já estagiam nas empresas conveniadas ao CIEE tenham acesso a assistência médica gratuita por meio de uma cooperativa, ou pelo menos, a opção de pagar mais barato para ter um atendimento médico de qualidade", explica o gerente de relações institucionais do CIEE-RS, Cláudio Inácio Bins. Para ter acesso ao benefício, basta que o estudante conveniado ao CIEE do estado entre em contato com a unidade e faça o requerimento para ser incluído no plano de assistência médica. Atualmente, há 50 mil estudantes conveniados tendo acesso aos 23 especialistas da área da saúde que oferecem atendimento em mais de 160 postos da rede. "Com pouco mais de 10 anos de funcionamento, posso dizer que este serviço é um sucesso," comemora Bins.
Fonte: UniversiaBrasil, Lilian Burgardt, 2/5/2007.
|