ONU publica relatório contra Guantánamo
A Organização das Nações Unidas (ONU) tornou oficial nesta quinta-feira o seu pedido de fechamento imediato da prisão mantida pelos Estados Unidos na base militar de Guantánamo, em Cuba. De acordo com o relatório divulgado pela entidade, as condições observadas no local, usado para manter presos suspeitos de ligação com o terrorismo, sugerem abusos e torturas. Os EUA negam. Um dos encarregados pela investigação da ONU, o especialista em tortura Manfred Nowak, afirmou que a detenção de cerca de 500 presos em Guantánamo é arbitrária, pois não permite defesa. O relatório também pede aos EUA que não sejam usadas técnicas de tortura ou tratamento desumano, como se suspeita ocorrer - quem faz greve de fome, por exemplo, é alimentado por tubo nasal. O relatório também exige acesso irrestrito da ONU à base militar americana, dizendo que os investigadores têm o direito de se encontrar a portas fechadas com os prisioneiros para apurar o que ocorre ali. Segundo a Alta Comissária para Direitos Humanos da ONU, Louise Arbour, é preciso fechar a base, pois não há alternativa possível para manter seu funcionamento na legalidade. Resposta - O governo dos Estados Unidos rejeitou de imediato a possibilidade de fechar a base, justificando que o relatório é impreciso. Os americanos afirmam que os cinco investigadores da ONU nem sequer foram a Guantánamo - isso ocorreu por causa da exigência da ONU para que eles pudessem falar a sós com os prisioneiros, o que não foi aceito por autoridades de Washington. Fonte: Veja On-line, 16/2/2006.
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