Aos novos alunos
e à comunidade em geral
da UFRuralRJ
Bem-Vindo à Universidade Pública, Gratuita, de
Qualidade e Socialmente Referenciada ...
... que pode, em breve, ser transformada
em um grande escolão
Projetos
associados ao Programa de Aceleração do Crescimento – PAC – lançados
pelo governo Lula em abril deste ano, colocaram em alerta a categoria
docente. Batizado pelo Movimento de “pacote de abril”, o conjunto de
projetos dá seguimento à contrareforma universitária, iniciada no
governo FHC, que tantos prejuízos vêm causando à universidade pública
brasileira.
O governo, por meio do Decreto n°6096/07, que institui o Programa de
Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades
Federais, está tentando transformar as IFES em verdadeiros ‘escolões’,
como tem tentado fazer também com as instituições estaduais e
municipais.
As Universidades que apresentarem seu plano de metas e aderirem ao
Programa terão que aumentar o número de vagas de estudantes na
Instituição. Além disso, o percentual de conclusão dos estudantes terá
que ser de 90% nas Universidades que implementarem o REUNI.
O número de professores não acompanhará o crescimento do número
de novos discentes. Atualmente, a relação é de um professor para cada
dez alunos. Com o REUNI, esta relação será de dezoito estudantes para
cada docente.
Se a proposta do governo for implementada pelas Universidades Públicas
Federais, trará sérias conseqüências para a qualidade do ensino
oferecido.
–
Porque prejudica os estudantes,
propondo uma
brutal ampliação das vagas de ingresso, sem a contratação de novos
professores. Isso significa turmas maiores com menor tempo de
atenção docente. O quadro será ainda mais agravado com a
obrigatoriedade de que 90% dos ingressantes devem concluir
obrigatoriamente o curso.
O REUNI insere-se na proposta da Universidade Nova, que defende o
modelo do Bacharelado Interdisciplinar, com conteúdos genéricos, que
adiam a profissionalização, mas ampliam o número de diplomas de nível
superior. A previsão é que o nível da universidade pública caia a cada
ano, devido ao prejuízo ocasionado pela dificuldade de manter o
ensino, a pesquisa e a extensão, pilares que vêm mantendo a qualidade
das principais instituições de pesquisa do país.
–
Porque prejudica os técnico-administrativos,
prevendo o
aumento de estudantes das Universidades, mas assim como acontecerá com
os professores, não prevê a realização de concursos públicos para a
contratação de novos profissionais do apoio técnico-administrativo,
que possam atender ao aumento da demanda de pessoal nestas
Instituições.
–
Porque prejudica os professores,
já que no
Decreto está claramente definido que a ampliação de acesso se dará,
“pelo melhor aproveitamento da estrutura física e de recursos humanos
já existentes nas universidades”. Isso significa que não
haverá concursos públicos de forma a fazer frente à proposta.
Além disso, o governo instituiu o “banco de professores equivalentes”
(Portaria Normativa n° 22), no qual quatro docentes substitutos 20
horas seriam equivalentes a um professor DE.
Dentro de pouco tempo, as universidades “inchadas” teriam que optar
pela contratação de substitutos, que dão um maior número de aulas do
que o professor DE, que atua no ensino, na pesquisa e extensão. O
que você acha que vai acontecer com a pesquisa na universidade?
–
Porque prejudica as universidades públicas federais
uma vez que elas
perderão a indissociabilidade entre ensino pesquisa e extensão e,
conseqüentemente, sua qualidade e legitimidade. A meta de conclusão de
90% de estudantes, por si só, já a esqualifica e põe por terra sua
credibilidade. Esta meta não é atingida nem pelos países da OCDE
(Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que gira
em torno de 70%.
Os parâmetros de financiamento são incompatíveis com a qualidade de
ensino e a sobrecarga de atividades que as novas matrículas vão
causar, e devem piorar as condições de gestão das IFES nos próximos
anos, caso haja a adesão.
A reestruturação pretendida não foi discutida nas universidades e não
responde aos anseios da sociedade, não respeita as condições concretas
existentes nas IFES e é extremamente preocupante o calendário proposto
para a discussão de modificações de tal monta na estrutura acadêmica.
Temos clareza sobre o impacto das metas impostas pelo governo, se
optarmos pelo REUNI?
Para o conjunto de docentes, discentes e de técnico-administrativos
que sempre lutaram por um ensino público de qualidade, este plano se
constitui em uma ação negativa para a Universidade Rural.
Participe das discussões na Universidade, porque esta decisão nos
afeta diretamente. Qualquer deliberação sobre a adesão ou não da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro ao REUNI compete à
Reitoria e ao Conselho Universitário.
Contudo, a comunidade universitária pode tentar fazer valer as suas
reivindicações.
FIQUE
ATENTO AO CALENDÁRIO DE DISCUSSÃO NA UFRRJ E PARTICIPE!
Cronograma
proposto pela Comissão Consultiva para o REUNI,
constituída pela Reitoria da UFRRJ.
ADUR-RJ,
SINTUR e DCE não participam desta Comissão.
17/8 a 17/9 – Formulação do documento base pela Comissão.
18/9 a 05/10 – Debates e encaminhamento de propostas.
05/10 a 24/10 – Sistematização do documento final.
25/10 – Plenária de apresentação do documento final.
29/10 – Prazo final de entrega do Documento ao MEC.
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Fonte: Adur Expresso,
set/2007.
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O REUNI e a
precarização do trabalho docente
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