Ministério da Educação divulga novo indicador para avaliação de universidades
Brasília - O Ministério da Educação divulgou hoje (6) os primeiros números do Conceito Preliminar de Cursos (CPC), novo indicador de avaliação das instituições de nível superior. O CPC leva em conta os resultado da prova do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e do Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observados e Esperados (IDD), que avaliam a quantidade de conhecimento que o aluno agregou durante a graduação, além da infra-estrutura do curso, a titularidade dos professores e uma avaliação dos alunos sobre o currículo. O novo índice dá às instituições pontuação de 1 a 5. As que receberem conceito igual ou superior a 3, poderão ser dispensadas da visita de inspetores do MEC e receberão a renovação automática de suas autorizações de funcionamento. “Isso vai desburocratizar os processos. A avaliação in loco vai ser direcionada. Vamos deixar de ter que vistoriar os cerca de 30 mil cursos e dar atenção especial aos 25% que tiveram notas baixas, que nos preocupam mais”, apontou o ministro da Educação, Fernando Haddad. A instituição que receber conceito 1 ou 2 será vistoriada pelo MEC e poderá ser reavaliada após assinatura de termo de ajustamento de conduta com metas e prazos a serem cumpridos. “Nosso maior objetivo é preservar o estudante. Não estamos aqui para descredenciar cursos, mas se for preciso vamos fazê-lo”, afirmou o secretário de Educação Superior do MEC, Ronaldo Mota. Os representantes de instituições particulares reagiram ao novo método de avaliação alegando que não foram consultados sobre a adoção do CPC para medir a qualidade do ensino. Em nota divulgada hoje, o Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular, classificam o novo indicador como “uma implantação parcial do Sistema Nacional de Avaliação de Ensino Superior (Sinaes)”, que, segundo eles, “prejudicará sobremaneira a imagem das instituições”, que terão expostas as avaliações preliminares. “As entidades representativas do ensino superior particular em nenhum momento foram ouvidas sobre a instituição do denominado Conceito Preliminar de Curso. Não houve sequer a realização de uma audiência pública sobre o tema”, de acordo com o documento. Em resposta às críticas, Haddad afirmou que “só se preocupa com avaliação quem não faz bom trabalho”. De acordo com o ministro, o CPC aproxima o sistema de avaliação das regras previstas no Sinaes ao considerar itens como infra-estrutura e corpo docente na avaliação, e não só o desempenho dos estudantes. “Quem tem um bom trabalho na questão da qualidade não tem medo da avaliação porque ganha com a visibilidade que os conceitos oferecem. Nosso desejo é ajudar quem faz bom trabalho; e quem estiver em dificuldade receberá apoio técnico do ministério para firmar os termos de compromisso e garantir o direito dos estudantes à educação de qualidade”, avaliou. Fonte: Ag. Brasil, Luana Lourenço , 6/8/2008.
Só uma em cada dez universidades privadas
Brasília - A maior concentração de cursos que obtiveram as notas mais altas no Exame Nacional de Desempenho (Enade) no ano passado está nas universidades e faculdades públicas. Segundo os dados divulgados hoje (6) pelo Ministério da Educação e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), 44,3% dos cursos de instituições públicas ficaram com notas 4 e 5 e 13,5% tiveram conceitos 1 e 2 no item chamado Conceito Enade. Entre as instituições privadas, 11,6% tiveram as duas notas mais altas e 24,9% ficaram com as notas mais baixas. O Conceito Enade, cujas notas variam de 1 a 5, avalia o desempenho dos formandos e dos calouros. Dos 3.248 cursos superiores que participaram do Enade em 2007, 722 ficaram com as notas mais baixas: 1 e 2, o que corresponde a 22,3% do total. Excluindo os que ficaram sem conceito, a maioria dos cursos avaliados ficou com nota 3 (24,2%). Outros 621 obtiveram as maiores notas 4 e 5 (19,2%), sendo que 134 ficaram com a nota máxima, que é 5. As provas foram aplicadas a 190 mil estudantes de todo o país. A região Centro-Oeste foi a que teve a maior concentração de notas baixas: 24,7% dos cursos ficaram com notas 1 e 2. Já na região Sul foi registrado o maior índice de cursos com notas 4 e 5: 27,9%. No curso de farmácia, 43,2% das notas ficaram entre 1 e 2, e no curso de fonoaudiologia, 48,9% obtiveram notas 4 e 5. O Enade avaliou no ano passado cursos de 16 áreas do conhecimento: agronomia, biomedicina, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina, medicina veterinária, nutrição, odontologia, serviço social, radiologia, agroindústria, terapia ocupacional e zootecnia. A cada ano, diferentes cursos são escolhidos para a avaliação. Em 2008, serão avaliados os cursos de arquitetura e urbanismo, biologia, computação, engenharia, filosofia, física, geografia, história, letras, matemática, pedagogia e química. Também entram na lista os cursos superiores de tecnologia em: construção de edifícios, alimentos, automação industrial, gestão da produção industrial, manutenção industrial, processos químicos, fabricação mecânica, análise e desenvolvimento de sistemas, redes de computadores e saneamento ambiental. O exame foi criado em 2004 para avaliar a qualidade dos cursos e instituições de ensino superior em todo o Brasil e o grau de aprendizado dos estudantes. As provas incluem questões de formação geral e de conteúdos específicos. Fonte: Ag. Brasil, Sabrina Craide, 6/8/2008.
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