Comissão de Direitos Humanos aprova moção contra Cuba

 

Com 21 votos a favor e 17 contra, a Comissão aprovou uma resolução que condena o país governado por Fidel Castro. O Brasil se absteve.
Ao contrário de outros anos, os EUA não conseguiram um
outro país para assinar a proposta como “testa de ferro”
e tiveram de assumir autoria.
 

A Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou nesta quinta (14) em Genebra, com 21 votos a favor, 17 contra e 15 abstenções, uma resolução contra supostas violações em Cuba. O breve texto aprovado foi apresentado pelos Estados Unidos e impulsionado também pela União Européia. Rússia, China, Sudão e Zimbábue se manifestaram contra a resolução.

Os termos do documento não receberam o tom de denúncia, e se limitam a recordar as resoluções precedentes e renovar a solicitação para que o mandato do Alto Comissionariado de Direitos Humanos realize investigações sobre Cuba. Brasil, Argentina e Peru se abstiveram na votação, enquanto México, Guatemala, Costa Rica e Honduras votaram a favor da resolução condenatória.

A aprovação do texto proposto pelos EUA foi conseguida com três votos a mais do que no ano passado. Na ocasião, 17 países votaram contra e 12 se abstiveram. Cuba denunciou manobras de EUA para isolá-la. A China defendeu Havana e lamentou que Washington mantenha uma atitude de confronto contra ilha.

Historicamente, o EUA tem se valido de outros países para propor resoluções contra Cuba, mas o fato de, este ano, não ter encontrado nenhum “testa de ferro”, como diz nota divulgada pelo governo cubano, provaria que “o tema dos direitos humanos em Cuba é uma preocupação só do EUA e não da comunidade internacional ou dos países latino-americanos”.

O representante cubano em Genebra, Juan Antonio Fernández Palacios, criticou a decisão da Comissão de Direitos Humanos. "Se esta não fosse a Comissão da mentira e da hipocrisia, seria difícil crer no que ocorreu hoje. Os EUA, o maior e mais costumeiro violador dos direitos humanos do mundo, apresentou um documento que, além de não dizer nada, trata de modo injusto e discriminatório o meu país", disse ele.
 

Fonte: Agência Ansa  - Gernebra - (da Redação da Ag. Carta Maior, 14/04/2005).


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