O
ministro da Educação, Cristovam Buarque, se reuniu nesta sexta-feira com
os reitores das instituições federais de ensino superior. Na pauta,
soluções para os problemas vividos pelas IFES nos últimos anos e a
inserção das mesmas no programa social do governo. "Diversas iniciativas
já foram discutidas e ainda haverão outras reuniões. A perspectiva para
este ano é extremamente positiva", comemora o reitor da UMFT
(Universidade Federal do Mato Grosso) e vice-presidente da Andifes
(Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino
Superior), Paulo Speller. O ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto
Amaral, também participou do encontro.
No encontro foi
aprovada a criação de três grupos de trabalho emergenciais que vão
discutir propostas para a solução dos problemas das IFES. O primeiro
grupo ficará responsável pela análise dos chamados "entulhos
autoritários" - decretos, portarias e ordens de serviço - que tolhem a
autonomia das universidades. O segundo tratará de questões concretas do
dia-a-dia das IES, como a participação nos projetos de alfabetização do
governo, a qualificação de professores, o desenvolvimento do ensino a
distância e o preenchimento das vagas ociosas.
O terceiro grupo
será responsável por dar início às discussões sobre a criação de uma
"nova universidade" - uma das prioridades do novo governo.
Anteriormente, o próprio ministro e o novo presidente da SESu
(Secretaria de Ensino Superior), Carlos Roberto Antunes, já haviam
manifestado a intenção de mudar, nós próximos anos a estrutura das IES
públicas. "A idéia é que as propostas surjam rapidamente para resolver
os problemas administrativos e assim possamos liberar os reitores do
trabalho mais administrativo para que, finalmente, nós possamos nos
dedicar a um trabalho mais conceitual, de criação de políticas para a
educação superior", explica Speller.
A reunião faz
parte de um processo iniciado pelo MEC (Ministério da Educação) para
aproximar o governo das universidades. Antes deste encontro, o ministro
já havia recebido, em dezembro, parte da diretoria da Andifes para
discutir propostas para o setor. No início do mês de janeiro, o ministro
recebeu também os representantes dos hospitais universitários, que vivem
grave crise financeira e administrativa. Para as universidades, a
disposição do novo ministro em receber as universidades mostra a
intenção do governo em solucionar os problemas que ocorreram nos últimos
anos.
"A reunião foi
muito positiva. Principalmente no sentido de que ela estabeleceu um novo
parâmetro de comportamento nas relações das universidades com o
ministério", comenta o reitor da UFSM (Universidade Federal de Santa
Maria) e diretor da comissão de orçamento da Andifes, Paulo Sarkis. Com
esses encontros, o ministro pretende criar uma rotina de "reuniões de
trabalho" com os reitores, para, pouco a pouco, resolver os problemas
que as universidades acumularam nestes últimos anos. "É uma abertura que
nunca tivemos. Estamos há menos de um mês da instalação deste novo
governo e já estamos avançando o que não conseguimos em muitos anos no
governo anterior", conclui Sarkis.
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