Fracassa programa de inclusão digital do governo
Auditoria realizada pela Controladoria Geral da República verificou que, entre 2003 e 2004, “foram instalados 3.200 unidades de comunicação, antenas e modens em instituições de ensino e centros comunitários para a disponibilizacão de acesso à internet”. Os auditores visitaram 120 dessas “unidades”, escolhidas por sorteio. O blog obteve cópia do relatório de auditoria. Informa o seguinte: 1) só 4% das instituições visitadas apresentavam condições adequadas de acesso à internet, possuindo entre seis e dez computadores instalados; 2) “cerca de 30% das unidades visitadas não provêem acesso à internet”; 3) “em 14% das instituições o acesso à internet se dá em apenas um computador”; 4) onde há computadores, todos adquiridos com verbas públicas, as máquinas, além de “insuficientes”, apresentam “restrições de hardware e de software e estão “desatualizados tecnologicamente”, impossibilitando o aceso à internet por meio de banda larga. 5) detectou-se também a “inexistência de manutenção” dos microcomputadores. O que conduz à “inoperância de equipamentos.” Como se fosse pouco, os auditores ainda anotaram no relatório que o acesso à internet, onde existe, padece dos seguintes problemas: lentidão na conexão e limitação de utilização dos equipamentos pela falta de monitores para atender aos usuários. A contratação de monitores estava prevista no plano inicial. Não é só: reformulado em 2004, o programa distanciou-se dos objetivos iniciais. Em vez de promover a “universalização do acesso à internet” em comunidades carentes, passou a servir a grupos restritos. Firmaram-se convênios com outros ministérios, entre eles os da Educação e da Defesa. Nas escolas, o acesso “por vezes é limitado ao corpo diretivo e administrativo.” Nos quartéis, os computadores são usados apenas por “agentes militares”.
Concluído em no dia 1o
de agosto de 2005, o relatório da Controladoria da União foi remetido ao
Ministério das Comunicações. Recomendou-se o envio da papelada ao TCU
(Tribunal de Contas da União). A ordem foi seguida pelo atual ministro da
pasta, Hélio Costa. Ele enviou o relatório ao Tribunal de Contas da União em
4 de agosto do ano passado. Fonte: Folha de S. Paulo, Josias de Souza, 18/01/2006. |