Fórum Social começa com atos pela Amazônia
Crise ambiental e econômica marca os protestos; índios fazem faixa humana
A nona edição do Fórum Social Mundial (FSM) será aberta hoje com protestos durante todo o dia. Logo pela manhã, centenas de indígenas de várias nacionalidades devem formar uma bandeira humana, usando seus corpos para escrever a mensagem “SOS Amazônia”. A ideia é que a imagem seja transmitida para todo o mundo, do “coração da Amazônia”. Outros protestos devem partir de toda a cidade, ao longo dia. Os grupos se encontrarão à tarde, para a marcha de abertura do FSM. As crises econômica e ambiental devem marcar as manifestações. As atividades do FSM, cerca de 2.600, só têm início amanhã. Mas, para os indígenas, o FSM deve reunir pelo menos 1.500 indígenas brasileiros e 500 de outros países, inclusive da Austrália.m já começou. Desde a semana passada, várias tribos da Amazônia chegam em barcos a Belém. As caravanas, boa parte patrocinada pelos organizadores, servem como fórum de discussões dos indígenas, que apresentarão propostas contra as crises ambiental e econômica. Até chegar a Belém, eles fizeram assembleias e manifestações. Dirigida por líderes indígenas de nove países da Amazônia que se reúnem no FSM, a mensagem do coração da Amazônia foi pensada para chamar a atenção sobre o aumento dos problemas ecológico e social da floresta e seus povos. Na coordenação do ato estão organizações indígenas do Brasil como a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e da Grande Amazônia como a Coordenadora das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (Coica) em coalizão com a Articulação dos Povos Indígenas do Sul (ArpinSul), Organização Indígena do Tocantins, Amazon Watch, Rainforest Action Network, Aliança Amazônica e Spectral Q. A ideia é reunir 1.500 indígenas na faixa humana. De acordo com o Conselho Missionário Indigenista (Cimi), eles denunciarão as agressões feitas aos povos e ao meio ambiente em todo o planeta, principalmente na Abya Yala (América). Eles pretendem, a partir do evento, firmar uma agenda comum de lutas para enfrentar a crise ambiental e a “mercantilização da vida”. Dentre os principais temas a serem debatidos pelos indígenas estão os grandes projetos de infraestrutura e os acordos de livre comércio que ameaçam suas terras; a importância das áreas indígenas para a sustentabilidade do planeta; a violência contra os povos indígenas e ainda a criminalização das lideranças que lutam por suas terras. No dia 1º de fevereiro, quando o FSM será encerrado, os indígenas terminam as articulações no evento com uma assembleia na Tenda dos Povos Indígenas, onde decidirão ações a serem realizadas conjuntamente nos próximos anos.
Fonte: O Globo, 27/1/2009.
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