Evasão de técnicos das universidades preocupa reitores
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) defende um aumento no contracheque dos servidores técnicos de nível superior das universidades. O corte de 26,05% nos salários determinado pelo Ministério do Planejamento torna a situação ainda mais dramática. “Mais do que provocar a evasão, a retirada de um quarto dos salários causa desmotivação de qualquer trabalhador”, afirma o secretário-geral da Andifes, Gustavo Balduíno. A alta evasão de funcionários por causa da política salarial da categoria preocupa a nova diretoria da entidade. “A pauta não vem de uma vontade dos reitores, mas da necessidade de mantermos e valorizarmos bons funcionários nas universidades”, declarou o professor Edward Madureira Brasil, presidente da Andifes. Ele afirma que a saída de servidores da universidade não é exclusividade da capital do país. “A evasão provocada pelos baixos salários ameaça a qualidade dos serviços em todas as universidades federais”. A Andifes defende um aumento para os técnicos de nível superior por considerar que a categoria é a mais ameaçada pela tentação de salários melhores no funcionalismo público. Um engenheiro da UnB ganha R$ 2.307,85, segundo dados do último concurso realizado na universidade, em 2009. Se o mesmo engenheiro passar nas provas do Ministério do Planejamento, ganhará R$ 9.600, de acordo com o último edital do Cespe. “A discrepância é alta. A evasão de servidores do nível médio é inferior a dos de nível superior”, afirmou Edward. Autonomia e orçamento No dia 19 de julho, os reitores da universidades federais vão se reunir com o presidente Lula para discutir sobre autonomia das instituições de ensino superior e o déficit de pessoal e orçamento nos hospitais universitários. Uma das prioridades é a criação de concursos para os 46 hospitais universitários do país. Hoje há um déficit de 20 mil servidores no setor, uma média de 435 por unidade. Já a defesa da autonomia tem como argumento a necessidade de liberdade em relação à burocracia no tramite de processos e decisões dentro das universidades. Segundo Gustavo Balduíno, a burocracia é um dos principais entraves ao avanço de políticas internas nas universidades. “Cada universidade tem uma identidade e uma dinâmica. É preciso mais autonomia para que cada uma possa usar essas singularidades a favor e não contra”, observou. Na opinião do presidente da Andifes, a saída para reduzir os problemas depende da assinatura emergencial de portarias. “É isso que vamos levar ao conhecimento do presidente Lula”, completou.
Fonte: [Agência Unb com alterações] e [Andes-SN], 23/6/10.
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