Finlândia: Educação pública é exemplar 

  

Adolescentes finlandeses têm os melhores resultados nas avaliações de aprendizado
feitos pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico)
 

Não é por acaso que os adolescentes finlandeses têm os melhores resultados nas avaliações de aprendizado feitos pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Eles ficaram em primeiro lugar em matemática, ciências e leitura nos testes trianuais do Pisa (Programa para Avaliação de Estudantes Internacionais) realizados em 2000 e 2003. O resultado de 2006 ainda não foi divulgado.

O país deu prioridade à educação e destina a ela 13% do PIB. O ensino em todos os níveis e o material escolar são pagos pelo setor público. O salário inicial do professor é de 1.800 e pode chegar a 5.000, e todos têm mestrado. Os jornalistas brasileiros visitaram a Haaga Comprehensive School – uma escola de bairro de Helsinque para alunos de sete a 15 anos, com especialização em esportes e ciência. A escola tem 656 alunos, 54 professores e orçamento anual 3,5 milhões, segundo o diretor Jukka Pietinen.

Ela é custeada pela prefeitura. A limpeza e a alimentação são feitas por empresas terceirizadas, selecionadas pelo diretor, a partir de lista feita pelo município.

Chama a atenção do visitante a participação dos estudantes nas tarefas, como forma de aprendizado. Os alunos são responsáveis por cuidar do aquário de tartarugas, participam da limpeza da cozinha e têm aulas semanais de costura, marcenaria e trabalho com metais. Na sala de uma das turmas visitadas, com alunos de nove anos, há violões, bateria, piano e outros instrumentos musicais.

Os alunos menores, de sete a nove anos, não são avaliados por nota, e o professor deve descrever a capacidade de cada um com palavras delicadas.

A escola dispõe de enfermeira, assistente social e psicóloga e dá transporte para os alunos pequenos que moram a mais de 2 km de distância e para os maiores que moram a mais de 5 km.

Jari Koivisto, membro do Conselho Nacional de Educação, afirma que o acesso ao ensino em condições iguais, independentemente da renda familiar, é uma das chaves do sucesso do modelo. A outra é a capacitação do professor e a assistência especial imediata aos que não vão bem nos estudos.

A Finlândia não acredita na eficácia do ensino à distância, em larga escala, e só o aplica em situações excepcionais, como no atendimento a alunos hospitalizados. Mesmo assim, segundo Koivisto, um professor interage com ele.

 

Fonte: Folha de S. Paulo, 6/9/2007.

 


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