Educação a Distância ganha espaço

 

Foto: UniversiaBrasil

 

O Ensino Superior brasileiro enfrenta um drama. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Brasil possui apenas 9% da população entre 18 e 24 anos nas faculdades e universidades. E este número, ainda, é centralizado. A Região Sudeste concentra mais da metade das instituições de ensino e 49% das matrículas.

Para reverter este quadro, o recém-legalizado sistema de Educação a Distância (EaD) vem ganhando espaço. Nos últimos cinco anos, a imagem do EaD aliada à internet fez com que esse tipo de aprendizado se tornasse a principal alternativa para expansão e democratização do ensino.

Um dos fatores que mostra a relevância dos cursos a distância é o projeto Universidade Aberta do Brasil (UAB), lançado pelo Ministério da Educação (MEC). Por meio de parcerias com instituições públicas de Ensino Superior, o projeto leva cursos de graduação a municípios com o acesso restrito.

Segundo a representante da Associação Brasileira de Ensino a Distância (Abed) em Brasília, Rosa Pessina, a educação brasileira ganha muito com essa iniciativa. "O fato de ser um ensino não-presencial abrange uma maior quantidade de pessoas", destaca.

O EaD possibilita ao aluno organizar o tempo. Para a coordenadora de Graduação do EaD da Universidade Católica de Brasília (UCB), Lêda Freitas, o estudante tem autonomia para fazer o seu horário e espaço de estudo. "Há múltiplas possibilidades tecnológicas que facilitam a interação entre o aluno e o professor", enfatiza.

Nessa situação, a explicação do professor do diretor de Política de Educação a Distância, Hélio Chaves, é a que melhor se encaixa. "O professor passa a ser um guia amigável, que facilita o processo de aprendizagem".

Para Rosa Pessina, a flexibilidade exige que o estudante seja disciplinado. "De acordo com a metodologia, o aluno não fica solto". Segundo Lêda Freitas, o aluno estuda e interage com o professor e demais colegas por meio das ferramentas de comunicação (e-mail, fórum, chat e audioconferência) e, ainda, nos momentos presenciais. "Em nossos cursos, os alunos têm três momentos presenciais por semestre", destaca.

Mesmo assim, o EaD ainda apresenta resistências. "O longo tempo de preparação do programa com qualidade envolve custos elevados", explica Lêda. Já Rosa Pessina aponta outra barreira para a expansão do ensino: a desinformação - que faz com que o EaD seja menosprezado, pois muitas pessoas acham que é compra e venda de certificados. "Isto existe e é importante ficar atento. Mas não só no EaD", esclarece.
 

Fonte: Jornal de Brasília, 4/4/2006


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